terça-feira, outubro 30, 2007
O POST DE BUENOS AIRES - parte 1A pessoa fica uma semana sem postar, mas, quando volta, tem histórias de viagem. É isso aí, cabeçada. Sumi porque estava longe. OK, nem tão longe, porque Buenos Aires hoje em dia é quase São Paulo. Acho que só eu e a Sassá ainda não conhecíamos. Bom, agora falta a Sassá. A chuvaParti pra cidade portenha na quarta-feira, dia 24. O dia em que inacreditavelmente aquela terra toda caiu e tapou só a entrada do Túnel Rebouças. Coisinha pouca. Caía o mundo lá fora e eu em casa indócil, feito bicho enjaulado cuspindo baba de veneno, de um lado pro outro, sabendo que ia voar à noite. Tentem visualizar esta imagem meiga. Mamãe Joselita ainda me liga e fala: - Ih, acho que você não vai chegar no aeroporto, não. Vai perder a sua viagem. Ah, mas eu não ia perder. Chegava a nado no aeroporto. No aviãoComo Deus é meu chapa, a chuva parou à noite e eu voei com o céu claro. Mesmo assim, no avião, antes de levantar vôo, eu sempre penso que eu estava quietinha vivendo a minha vida e que fui inventar uma viagem. Se o avião cai e eu morro, a culpa é minha, sabe. Quem manda inventar de andar pelo ar assim, só por diversão? Pelo menos, viajamos pela companhia aérea que cai, mas tem serviço de bordo. Serviram até macarrãozinho, rapá. Tudo bem que quando acabou me deu vontade de pedir, assim, por favor, pra aerotiazinha e pedir mais umas três rodadas de tudo. Porque aí sim seria perfeito. Aliás, perfeito não. Perfeito só se fosse self service. Coma até morrer e esqueça que está voando no Fokker 100. Aquele que cai. Minha companheira de viagem, Medulinha, foi falar pra mim que quando foi pra Europa de vez em quando levantava e ia dar uma volta pelo avião: - São muitas horas sentada. Tenho medo de dar trombose. O seu pé pode inchar, depois você tira o sapato e não consegue colocar mais. Pronto. Aquela imagem não me saía mais da cabeça. Fiquei morrendode medo do meu pé inchar, inchar, inchaaaar e eu ficar pezuda em Buenos Aires. Medulinha sem loção. Não sabe brincar, não brinca. Falando em sem noção, como num ajuntamento de cinco pessoas ou mais sempre está contido um sem loção, tinham os sem loções do avião. Cara, o sujeito com o encosto do assento abaixado na hora da aterrissagem. Aí espera a aeromoça ir pedir pra ele levantar. Caralhos indisciplinados. Custa levantar a bagaça do troço? Não sabe que vão pedir pra levantar mesmo? E ainda fica discutindo com a pobre moça. Ninguém merece. Mas o melhor mesmo foi o sujeito que estava com o celular ligado durante o vôo. Sim, porque ele estava do nosso lado e o telefone começou a tocar logo que o avião tocou o chão. Como não vimos ele ligar nada, já estava ligado. É um capeta da pata do macaco preta. Se o avião caísse por causa de um sujeito desses, eu juro que arrancava os olhos carbonizados dele com as minhas próprias mãos. Mas não caiu e, no horário ótimo de 3h30 da manhã, porque pobre que é pobre de raiz voa é de madrugada, finalmente cheguei à Buenos Aires. (CONTINUA...)
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segunda-feira, outubro 22, 2007
PresentinhoEstou eu saindo alegremente de Pentel’s Resort após mais uma noite agradável, quando ela me diz: - Fernanda, espera. Leva isso aqui pra Mister M (nossa faxineira em comum). E taca um Toblerone morto de 400g na minha mão. O maior Toblerone que eu já vi na vida. Quase meio quilo do mais puro chocolate suíço. Fiquei sem fala, olhando praquela enormidade, aquele triângulo obsceno, quase um obelisco. - Leva pra ela, tá? Trouxe da viagem e esqueci de entregar quando ela veio aqui essa semana. Tradução: Ô, macaco! Guarda esse cacho de bananas pra mim? Era só o que me faltava mesmo.
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Contos de MiniPentelCalor em outubro. Saio da piscina do Pentel’s Resort, coloco uma bermuda e um top de ginástica. Sento no sofá pra brincar com MiniPentel, que me olha, olha, ooolha e declara: - Dinda, acho melhor você colocar outra roupa. - É, MiniPentel? Por quê? - Porque está aparecendo a sua barriga. Ora, bolotas. Mas pelo menos é de tanquinho. Foi o Vovô Joselito que disse. ------ De dia das crianças, comprei um boneco do Shrek pra ela. Essa menina tem de um tudo, mas não tinha um boneco do Shrek. Entreguei o embrulho pra ela, ela foi abrindo e falando: - É um quebra-cabeças, Dinda? Ai, meus sais. A sinceridade infantil. Preciso dizer que na vez seguinte eu apareci lá com um quebra-cabeças? Não, né? Sou muito bem mandada.
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Onofre e euFui tomar meu banho de beleza quando olhei pro teto, distraída, e lá estava ele. Onofre, minha lagartixa macho de estimação. Voltou, né, seu danadinho? Sabia que um dia ele ia sentir falta da minha companhia e sair de trás do armário do quarto. E já que saiu do armário, será que virou lagartixa drag? Não sei, sabe. São muitas questães. Com essas dúvidas assolando minha mente, fiquei olhando pra cima, pensando em qual seria o próximo movimento de Onofre. E enquanto eu pensava isso, ele tchuf. Se enfiou embaixo do lustre do banheiro. Será que é bom ali? Será que é quentinho? Não sei. Acho que pode cozinhá-lo. Passei o banho aflita. Todo barulho que eu ouvia achava que era Onofre caindo esturricado no chão. E o pior é que agora ele sumiu de novo.
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terça-feira, outubro 16, 2007
Sassá e euMinnie Nome Triplo teve a brilhante idéia de me dar de presente de aniversário o livro Marley & eu. E eu tive a sensacional idéia de acabar de lê-lo no metrô. O erro. O livro é a história de um casal que compra um labrador. O bicho vai crescendo, vai fazendo parte daquela família, até que o tempo passa, ele fica velho e... e aí é o fim do livro e eu chorava vergonhosamente, em público. Coloquei os óculos de sol e fungava que nem uma mulherzinha. Malditos livros chorosos dos infernos. E as pessoas todas me olhando. Ah, qual é. Ninguém aí tem um cachorro? Pois é, eu tenho uma. Sassá, minha cã preciosa, tem 16 anos. Dezesseis anos, de verdade, não é anos-de-cachorro-convertidos-em-idade-de-gente. Se fosse um ser humano, o que quase é, minha bebê estaria o que, com uns 80 anos. Sempre me surpreendo com a disposição dela. Claro que hoje ela dorme mais do que dormia há alguns anos. Apareceram alguns pêlos brancos, mas, no geral, ela continua cor de canela. Já não enxerga tão bem, mas não está cega. Não escuta mais imediatamente quando entramos em casa, mas também não está totalmente surda. De resto, normal. Ainda chora assim que Papai Joselito acaba de comer, porque é a hora da banana dela. Sim, ela ama banana. E presunto. E cenoura, batata e jiló cru. Come de tudo, parece um porquinho, minha Sassá. Mas é uma cadela. Que, paradoxalmente, só come ração. É, porque essas coisinhas que ela ama são só lanchinhos. A refeição principal é ração. Resumindo, ela gosta de qualquer comida. Não sei a quem ela puxou. Ah, sim. Há uns meses, ela teve umas ziquiziras. Desmaiou umas duas vezes, ficou lá, prostrada no chão. Até que acordou e voltou a viver sua vidinha, como se nada tivesse acontecido. Vida que segue, sabe? Sem maiores complicações. Sei que um dia ela vai de vez. Espero que seja rápido, mas será do jeito que Deus quiser. Penso que estou preparada, mas tenho certeza de que ela vai fazer muita, muita falta. Que a casa vai ficar vazia, irremediavelmente vazia. Outro dia, Mamãe Jo-se-li-ta me ligou pra contar que tinha levado ela pra uma bênção dos animais que tem na praça, por ocasião do dia de São Francisco de Assis. Assim ela disse: - Fernanda, hoje eu fui levar a Sassá pra receber a última bênção dos animais da vida dela. Meu coração gelou. Última bênção? Por quê? Ela morreu e essa foi a forma que Mamãe encontrou pra me contar? A Sassá subiu no telhado? - Mãe... o que aconteceu com a Samantha? - Não, nada... é que ela já tem 16 anos, provavelmente não agüenta até ano que vem. Sem loção. Se o meu coração fosse fraquinho igual o da Sassá, eu podia ter empacotado. Isso não se faz.
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sexta-feira, outubro 12, 2007
Beautiful nadaOutro dia, vi na TV o clipe daquela música "Beautiful girls". Fiquei decepcionada. O cantor é uma criança. Mas não foi por isso que fiquei decepcionada. No rádio, a música acaba de repente na palavra "suicidal", em rotação mais baixa até morrer. Cool. No clipe não. Acaba normalmente. Coisa mais sem graça. Sempre imaginei que naquela hora o carinha que canta estava morrendo. Suicidaaaal... morreu. Que alguém virava pra ele e falava: "Pede pra sair, gordinho! Pede pra sair! Você não é caveira, você é MO-LE-QUE!" Muito mais animado.
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domingo, outubro 07, 2007
Sujador de cachosLavo minha linda cabeleira loira e japonesa. Olho no espelho e ela está linda, solta, sedosa, com um brilho perolado. E aí que eu resolvo passar o meu sujador de cachos e acabar com tudo. Anh? O quê, Fernanda? Sujador de cachos? É. Vocês podem não conhecer o sujador de cachos, mas ele existe. Ele está lá, nas prateleiras das farmácias, disfarçado de inocentes cremes-que-irão-deixar-os-seus-cabelos-muito-mais-bonitos. Nós, mulheres pícaras sonhadoras, sempre caímos nessa esparrela. Estava eu na farmácia procurando sei lá o quê (às vezes eu entro na farmácia pra pensar, igual alguns abrem a geladeira pra pensar), ni qui eu o vejo. Lindo, azul, brilhante. Ativador de cachos, da Viscaya. Por míseros 10 pães fofinhos, você compra um creme milagroso, milagroso! Basta lavar o cabelo, passar o creme, amassar formando cachos e estará linda. O que são 10 pilas diante da beleza automática? Eu tinha que levar. Estava muito precisada de um ativador de cachos. Como vivi 31 anos sem um ativador de cachos? Como ninguém nunca me disse antes que meu cabelo era um lixo sem aquilo? Perguntas que não querem FALAR. Então levei meu bálsamo divino para casa. No dia seguinte, lavei a cabeça, olhei no espelho e meu cabelo estava lindo, lindo, naturalmente lindo. Há! Mas eu iria ficar ainda mais bonita. Foi aí que eu peguei o sujador de cachos. Coloquei só um pouquinho (juro) e amassei o cabelo como dizia na embalagem. Foi incrível. Foi como mágica. Instantaneamente, meu cabelo estava... com aparência de sujo! Como se eu não lavasse há semanas! Ficou espetado e grudado! E eu estava atrasada, nem dava pra enfiar a cabeça dentro d'água. Saí humilhada, com o cabelo murcho. Ah, que RAIVA! Cadê aquele moço que entendia dos produtos de cabelo certos quando eu preciso dele?
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quarta-feira, outubro 03, 2007
TanqueNa praia com Papai Joselito: - Minha filha, você está magrinha, sem barriga... Está com uma barriga de tanquinho! Eu, toda boba com o raro elogio de Papai. Ele continua: - É um tanquinho meio cheio, mas é tanquinho. Demônio.
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