quarta-feira, janeiro 30, 2008

Medo natalino

Com emoção ou sem emoção? Os “bugueiros” de Natal perguntam isso pra todo turista. Virou um clássico dos passeios de buggy pelas dunas. Quando o nosso perguntou, pensei: “ahhh, agora sim estou em Natal”. Mas confesso que me deu uma certa me-da. Gente, esses homens são malucos! Mas aí Ana Pôla disse que a primeira parte do passeio não teve nenhuma graça e então eu resolvi falar pro cara colocar mais emoção. Ele me olhou com uma cara de “perdoai, Pai, ela não sabe o que pede” e começou a fazer as manobras malucas lá. Eles descem com os bugres por aquelas dunas gigantescas, a toda velocidade e de lado. O buggy vai caindo de lado, dá a nítida impressão de que vai virar. Difícil até de explicar. É muito legal, mas dá medo, não tem jeito.

Já Ana disse que não sentiu medo nenhum. Ah, mas eu senti. Simplesmente porque quem dirige o carro não é uma máquina, é um ser humano! Não é a montanha russa do Beto Carrero. Não é a Roda Skol. É um sujeito que pode errar! Especialmente porque, na parada para fotos, ele comentou:

- Vou ficar olhando os outros pra aprender melhor as manobras, porque hoje é meu segundo dia nesse trabalho.

SEGUNDO DIA? Estávamos praticamente a bordo do buggy da morte dirigido pelo aspira. Pede pra sair, turista prega!

Nesse mesmo dia de passeio, tive meu outro momento de medo em Natal. Resolvi ir no tal do aerobunda. Você senta numa cadeirinha láaaa em cima de uma duna enorme e desce pendurada por um cabo de aço (tipo uma tirolesa) até bater de bunda em uma lagoa lá embaixo (a Lagoa de Jacumã). Achei que seria muito divertido e fui lá, toda me querendo, a rainha do ecoturismo. Paguei a ficha, sentei igual a um saco de batata gordo pendurada na tal cadeira e... tive um ataque de pânico. Olhei a altura do troço e comecei a gritar: “Não vou mais, não vou mais, me tira daqui”. Um vexame. Aí Ana gritou: “VAI SIM” e eu lembrei que esse negócio de ter medo de sofrer um acidente trágico é coisa de mulherzinha. Fui.

Bom, não morri, ou então não estaria aqui blogando. E, enquanto pessoa ainda respirante, achei ótimo: a descida é uma delícia e a água doce da lagoa embaixo melhor ainda. Aliás, água doce é bichinho de Deus. Dá pra tirar todo o sal do mar, por favor, e transformar tudo numa grande piscina?



Comments: domingo, janeiro 27, 2008

Band-aid bizonho

O milagre da multiplicação das férias mais uma vez aconteceu e eu pude passar uma semana em Natal com Ana Pôla. Quem quiser dicas sobre a cidade, pode me perguntar. Não vale dizer que sabem tudo sobre Natal, que é um feriado que cai em dezembro. Olha a palhaçada.

Não sei se conseguirei fazer vários posts sobre a viagem como sempre faço. Virei 2008 meio preguicenta. Mas uma coisa eu preciso dividir com vocês porque muito me intrigou. Trata-se da MODA DO BAND-AID NA CARA.

É, cabeçada. Imaginem vocês que estávamos eu e Ana andando pelo shopping, nos misturando com a população local, ni qui eu vi uma menina, de uns 18 anos, andando toda se querendo com um band-aid atravessado próximo à sobrancelha. Era um band-aid daqueles coloridinhos, decorados, de criança. Até pensei: “que bacana, a menina se cortou, mas ela é style, olha aí, já que ia aparecer de qualquer maneira, colocou um band-aid mudernoso”. Só que aí eu andei mais um pouco e vi... outra garota com um band-aid colorido no mesmo lugar! Ou era uma epidemia de cortes na sobrancelha, ou era uma moda bizarra.

Gente, era moda. Contamos oito meninas com o tal band-aid na cara, no mesmo lugar. E não, elas não estavam todas juntas. As meninas iam passando uma atrás da outra e a gente (com a falta de noção de todo turista, somada ao choque pela bizarrice da coisa) já nem se importava em disfarçar e apontava: “OLHA LÁ MAIS UMA!”.

Quase parei uma delas pra perguntar de onde demônios surgiu aquela coisa grotesca. Se tem algum natalense me lendo, explica, fazênufavor.



Comments: quinta-feira, janeiro 17, 2008

Neuras

Noiva do Ano contava lá na sala que uma conhecida dela não ia em um aniversário que tinha naquele dia porque estava se sentindo gorda e achava que não tinha roupa. Essa menina é responsável por várias histórias sem loção que ouvimos lá na sala. Geralmente quando Noiva conta algo dela fazemos coro dizendo que ela é bizarra, mas dessa vez eu fiquei em silêncio. E depois falei que isso me parece perfeitamente normal.

Pois é. Eu já quase desmarquei chopp com dois amigos porque, no meio do dia, do nada, me olhei no espelho e me achei gorda. Minha amiga teve que cortar um dobrado pra me convencer a não ir correndo pra casa devorar três barras de chocolate pra me sentir melhor (e engordar um pouco mais). Então o surto lá da sem noção não me parece tão estranho. Aliás, todo dia meio que passo por isso: olho pro meu armário lotado de roupas que não gosto, aí visto uma blusa e acho que apareceu uma banha na barriga, ou uma banha no braço, uma banha na cara, no cérebro, sei lá onde. Imediatamente me sinto um hipopótamo. Por isso queria trabalhar de uniforme. E uniforme preto, parceiro, que emagrece.

No meio do desabafo, percebo que a estagiária me olhava de um jeito meio esquisito, assim como a gente olha pra algum louquento perigoso. Com muito cuidado, ela perguntou:

- Mas você sabe que não é gorda... né?

Não sei. Posso não ser, mas a gordura é um estado de espírito. Eu cresci vendo Mamãe Joselita fazer dieta e contar uma história de que tiveram que quebrar a parede pra passar o caixão de uma tia que tinha morrido, de tão gorda que a véia era. Se essa história não assusta uma criança, eu não sei o que mais assusta (bom, tem a história do Onofre que também traumatiza). Era pra eu ter ficado anoréxica. Mas, como eu adoro comer, isso é tecnicamente impossível. Maldição.



Comments: sábado, janeiro 12, 2008

Jacaré de estimação

Fiquei muito deprimida assistindo a um... DVD da Turma da Mônica. Um dos episódios era sobre o Onofre, o jacaré de estimação do Cebolinha. Pois é, eu lembrava vagamente de já ter lido uma historinha em que o Cebolinha tem uma lagartixa de estimação, daí eu batizar as minhas de Onofre, mas não lembrava que a história era tão triste.

Imaginem que um caminhão do zoológico passa na frente da casa do Cebolinha, uma das caixas cai e lá dentro estava um jacaré filhote. Ele vai parar embaixo da cama do Cebolinha, que passa a criá-lo pensando que ele é uma lagartixa. Só que aí ele vai crescnedo, crescendo e de repente todos começam a notar que o Onofre é um jacaré. Menos o Cebolinha, que anda com ele pela rua numa coleira, que nem cachorro. Até que a mãe dele se desespera, chama os bombeiros e eles levam o Onofre com a boca amarrada, pro zoológico. O Cebolinha nem se despede dele e ainda não consegue dormir porque estava acostumado com o bichinho embaixo da cama.

Gente, que história horrorosamente triste! Fiquei tão chocada que não consegui esconder minha tristeza de MiniPentel. Aí outro dia, assistindo novamente ao desenho (é, criança assiste ao mesmo DVD 657 vezes), quando o episódio começou ela imediatamente disse: “Ele vai embora pro zoológico, dinda?”. Ô, dó.

Aí. Não quero mais brincar disso, não. E se fosse a Samantha que levassem pro zoológico? Ela é praticamente um jacaré, quase centenária e cheia de dentes que mordem. Sassá preciosa, orgulho de mamãe.



Comments:

Alguém aí sabe como faz pra colocar o tal do RSS no meu blog? As pessoas me cobram, mas eu não sei fazer isso, não. RSS é satanismo. O Brasil é um país cristão.



Comments: domingo, janeiro 06, 2008

Dá série "expressões desnecessárias"

"Eu estou chefe, mas amanhã posso ser um funcionário comum". Outro dia, ouvi uma pessoa falando isso. Usando "eu estou" em vez de "eu sou", pra designar uma coisa que pode ser passageira. "Estou estou estagiário". "Eu estou estudante". "Eu estou diretora".

Já repararam que todo mundo que usa essa expressão é chato? "Estou" de c... é rola. A pessoa é. Amanhã, pode ser que não seja mais. É simples, né? Nem precisa ser um gênio pra entender que tudo nessa vida é passageiro, menos o trocador e o motorista, que tudo passa, que até a uva passa, e todas as piadas amarelas do tipo pra mostrar o que todo mundo já sabe. Qual o problema de falar que é, mas que é só por enquanto? Não fala que nem gente normal, usa um trocadilho idiota. Por quê? Porque são malas. Nasceram malas. Morrerão malas. Legais? Nunca serão.



Comments: quarta-feira, janeiro 02, 2008

Presente

Ceia de Natal. Pentel perguntava a Papai Joselito o que ele queria ganhar de aniversário, que ela queria dar algo legal a ele. Claro que, Joselito que só, ele obviamente não queria dar nenhuma dica.

- Dá qualquer coisa. Eu gosto de qualquer coisa que vocês me dão.

- Não, pai, quero dar algo bom, diz aí uma coisa que você queira.

- Qualquer coisa.

Joooo...

- Anda, pai. Não é um aniversário qualquer. Tem que ser um presente legal. Você vai fazer 60 anos.

Cunhado sem Loção, quieto até aquele momento, se manifesta:

- Dá então uma bengala.

Silêncio estarrecido seguido de gargalhadas. Ainda bem que papai é Joselito, mas tem bom humor.



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Mocinha

Hoje eu estava andando pelo corredor do trabalho, no auge do mau humor por ter que dar expediente nesses três dias. Eu sinceramente não consigo entender por que eu não posso tirar duas semanas de recesso. Ia ser tão mais legal. Mas enfim, estou lá eu voltando pra sala, quando escuto uma pessoa começar a cantar atrás de mim. Vocês sabem que eu tenho pavor de gente que canta sozinha. Me dá agonia. Aí olhei pra trás pra ver quem era o sem loção. Era um cara bonzinho que eu conheço, coitado, mas eu devo ter feito uma cara tão de “quem é esse idiota cantando na volta do recesso” que ele se justificou:

- Eu vi você andando e lembrei dessa música...

Já com o meu coração (em 2008 eu tenho coração) abrandado, fiquei curiosa e perguntei que música era. Tá que podia ser “joga pedra na Geni, ela é feita pra apanhar, ela é boa de cuspir”, mas eu quis saber assim mesmo.

- É uma assim: “O seu andar tem jeito de moça criança, a sua trança tem fita amarela”. Achei o seu andar com jeito de moça criança.

Ah, que FOFO. Depois descobri que essa é uma música do Agepê, aquele que cantava, mas já morreu. Deve ser brega. Mas achei legal. Andar de moça criança. Vou colocar junto com os outros elogios bizarros que eu já recebi na vida. Tá valendo, cara. Eu adoro elogio, fico igual cachorro quando tacam osso. No reveillon, quando eu disse que em 2008 eu seria uma pessoa magra, Olhar Intimidador disse:

- Mas você tá magra.

E é por isso que eu sempre vou convidá-lo pras minhas festas. Agora, quando contei isso pra Pentel, ela disparou:

- Deve ter sido o vestido que você tava usando que enganou.

Ó, montanha russa emocional. Um dia me elogiam, no outro me tacam um pedregulho no meio dos olhos, um dia me chamam de moça criança, daqui a pouco vão me chamar de coroa baleia, pressinto que basta eu engordar 0,75 grama pra isso acontecer. Malditas rabanadas, seres alienígenas dos infernos.



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