terça-feira, setembro 30, 2008

Fome de passar

Domingo agora fui fazer uma provinha de concurso. Pois é, de vez em quando eu gosto de acordar cedo no domingo, sair debaixo de chuva, ficar três horas com o pescoço abaixado fazendo prova e acordar no dia seguinte toda dura, só pra perceber que fui bem, mas nem tanto pra passar, porque só passam os doentes que erram três questões em toda a prova. Devo fazer isso porque eu me odeio. Ou porque sei que quando for a minha vez vou passar, igual a quando for a minha vez de ganhar na Mega Sena vou ganhar, só que pra isso preciso ir fazer a bendita prova - e, no caso da Mega Sena, jogar. Olha, Papai do Céu, eu prefiro a Mega Sena, tá? Só pra deixar registrado.

Chego na sala de prova e tem duas figuras como fiscais. Não paravam de fazer piadas o tempo todo, porque só tinha Fernandas e Fernandos na sala. E eu deprimida, porque o meu nome, de uns tempos pra cá, tem ficado cada vez mais comum. Deprimida e com sono. E eles seguiam com as piadas, porque as bolsas tinham que ser colocadas dentro de um saco e lacradas. Qualquer dia, vão instalar um raio X na entrada e pedir passaporte.

Fico impressionada também que a galera leva lanche. Gente. Que fome é essa que esse povo sente em uma manhã? Tinha gente com tupperware com comida, garrafa de água, chocolate, biscoito recheado, frutas... não pareciam que tinha se preparado pra fazer prova e sim reunido mantimentos pra cruzar toda a ilha do Lost. E a vontade de ir ao banheiro? A prova começou às 9h. Antes das 10, a primeira pessoa pediu pra sair. De repente tinha fila, metade da sala “inscrita” pra ir ao banheiro. Segundo Mamãe Joselita, estavam todos com cola dentro da roupa. Olha, se for isso, menos mal, porque não entendo a incontinência urinária dessa gente. Se bem que até faz sentido. As pessoas tomam 1 litro d’água e comem uma barra inteira de chocolate, deve rolar um efeito pato. Será que tudo isso vai ajudar esses os esquisitos a passar nessas provas? Pior é que vou morrer sem saber.



Comments: quinta-feira, setembro 25, 2008

Mais uma da série "conversas entreouvidas por aí"

Essa foi contada por Pentel, que, quando ouve esse tipo de bizarrice, lembra logo do meu blog. Por que seria?

Ela estava em uma lanchonete, almoçando, quando ouviu o seguinte diálogo travado por dois xooovens:

Rapaz: - Eu fiz a minha monografia e agora me sinto quite com a sociedade, que investiu em mim numa universidade pública. Porque a minha monografia foi uma contribuição social de verdade. Falei sobre rádios comunitarias, bla, bla, sbrubles.(nessa hora eu já teria dormido. Nada pior que estudante de comunicação falando de coisas comunitárias. Ou nada melhor pra insônia) Agora acho que vou tirar umas férias, descansar um pouco.

Moça: - Ah, isso mesmo, faz isso. Você merece, muito bacana o seu projeto da mono. E depois, o que você pretende fazer?

Rapaz (MUITO SÉRIO): - Olha, eu pretendo deixar que o fluxo da naturalidade humana me leve (anh????). Eu não pretendo seguir careira, sabe, empresa, essas coisas. Eu não ia conseguir ficar amarrado assim.

Moça: - Pô, se vc conseguir me fala, que eu tô tentando isso há anos, mas não consigo sair do sistema. (ai, meu pai, o sistema. Ainda falam isso mesmo, e nem é piada, nem é aquela minissérie da Glóbo).

Rapaz: - Olha, eu acho que muitos conseguem, mas o que acontece é que ninguém fala, pra nao divulgar, sabe. Eu acho que eu também não vou falar, mas você pode ficar me observando pra ver se eu vou ter sucesso nisso.

Resumindo. O sujeito quer ser vagabundo e depois prestar consultoria pra amiga. Certamente papai dele pagou o ensino que fez com que ele conseguisse entrar na universidade pública e agora paga o lanchinho que ele come no árabe. E a gente merece ouvir essas coisas, porque teve a sorte de não nascer surdo.

Cara. Eu juro que também queria ter a minha loja de geléias e deixar que o fluxo da naturalidade humana (beber, cair, levantar) me levasse.



Comments: sábado, setembro 20, 2008

Roubada da Lapa

Estou sem postar há séculos, acho que nunca fiquei tanto tempo sem escrever no blog desde que eu comecei, há muitos anos patrasmente. Achei que fosse ter que me despedir de vocês. Mas nada como a boa e velha vontade de reclamar de alguma coisa para me trazer de volta.

Hoje estava eu tranqüila e calma à tarde vendo clipes velhos no novo canal da Net, praticamente um vegetal enraizado no sofá, ni qui Suely do Caminhão me manda um torpedo: “Partiu Parada da Lapa agora? Vou chegar lá às 16h”. Oi? Quem estou, onde sou? São legais os clipes da Madonna? Que demônio é esse programa de sábado que tem que chegar às 4? E não é às 4 da manhã? Ai, que estranho. Passei um tempão debatendo com as muitas Fernandas que aparecem dentro da minha cabeça nessa hora, cada uma com uma opinião. Muitas delas querendo ficar em casa dormindo e com ótimos argumentos para isso. Mas acabei ouvindo aquela que disse que eu tenho que fazer exposição da minha figura em lugares públicos com as minhas amigas de vez em quando. Tá, tá. Acabei indo.

O espaço é legal, mas é um programa família. É um pagode na láji. Tinha criança, gente idosa, cálegas... e homens feios. Muitos homens feios. Deus é pai. Comi a feijoada só porque fazia parte do pacote milionário de 20 real a entrada e fiquei empanturrada. Depois fomos dançar, as músicas até que não estavam ruins. Mas era uma lisura, uma lisuuuuuuura só. Antes das sete (da noite, não da manhã), já estávamos fartas e resolvemos ir embora.

Aí começou o show do mau atendimento. Porque não bastava o lugar ser meia bomba, tinha que ter gente sem loção no serviço. Demoramos uma eternidade na fila do caixa e, quando chegou a nossa vez, descobrimos que a maquininha do Visa estava fora do ar. Suely reclamou que ela poderia ter só Visa, poderia não ter levado o outro cartão. Deu uma resmungada básica porque teve que usar um cartão que ela não queria. Foi só ela acabar de pagar e se afastar que a mulher do caixa começou a reclamar:

- Eu não sou obrigada a ouvir esses desaforos. Eu não falo nada porque não posso discutir. Hoje estou aqui, mas já trabalhei na The Week, na Baronetti. Se fosse lá, ela ia ter que dar um jeito de pagar.

Tudo errado. Eu também estava puta por não poder usar o cartão. Todo mundo estava. É claro que não era culpa dela que o Visa estava fora do ar, mas ela tinha que admitir que era um aborrecimento e lamentar o ocorrido, não ficar reclamando. Fora que quando ela cita The Week e Baronetti, que são boates mais chiquezinhas da Zona Sul, dizendo que “lá ela ia ter que dar um jeito de pagar”, está insinuando que, no fim das contas, o certo seria pegar um segurança daqueles e usar a força. Obviamente que eu, que continuava na fila, que estava com raiva por causa do lance do cartão, e que nessas horas conto com uma Fernanda barraqueira dentro de mim, nascida na Baixada, comecei a discutir com a mulher.

- Acho que você tem razão: você não pode discutir e devia estar calada.

Aí começou o bate-boca: ela dizendo que estava “no direito dela de reclamar” (sensacional, como se a cliente fosse ela) e eu defendendo a minha amiga e dizendo que ela estava manchando o nome da casa. Até que fui atendida no caixa por outra pessoa e de repente todos começaram a ser simpáticos comigo e a me pedir desculpas. Como se um lampejo de sanidade tivesse acontecido e as outras pessoas que trabalhavam lá percebessem que deviam me tratar bem, não mal.

Saí dali quase convencida que o lugar não merecia o post negativo só por causa de uma mal comida no caixa. Só que quando cheguei perto do local de saída, o segurança discutia com outra menina do meu grupo, porque ela sugeriu que as pessoas que estavam entrando fossem avisadas de que o Visa estava com problema. Segundo ele, “em lugar nenhum avisam que um cartão está fora do ar”. Não sei vocês, mas eu já fui a VÁRIOS lugares em que havia um aviso colado informando que um cartão estava não estava funcionando. Pra piorar, o cara, pra não discutir mais, começou a ser sarcástico, dizendo “OK, obrigada pela dica” em tom de deboche. Ou seja, é cultura do estabelecimento tratar mal o cliente.

Deve ser porque está ali na Lapa e, caramba, se aquele grupo de seis nunca mais for, haverá 60 pra tomar o seu lugar, certo? Errado. Esquecem do princípio básico do marketing que diz que um cliente satisfeito pode até não comentar com ninguém sobre o bom atendimento, mas um insatisfeito vai contar em média pra 10 pessoas que foi mal atendido. Bom, no meu caso, com o blog, conto pra mais ou menos umas 300 pessoas. Porque se é pra fazer fofoca, favor fazer direito.

UPDATE: Gente, o nome do lugar dos infernos, que fique claro pra niguém ir, é PARADA DA LAPA. Um bar anexo à Fundição Progresso.



Comments: sexta-feira, setembro 05, 2008

Começando o dia – o velhinho

Meu prédio tem dois elevadores pra 24 apartamentos, então quase nunca encontro ninguém. Mas hoje havia o velhinho bizarro caidoiro.

Chamei o elevador, que estava no terceiro andar. Quando chegou, o velhinho estava dentro. Ele deu um passeio até o décimo segundo, onde eu moro, só porque queria descer três andares. Aí ele quis ser meu amigo e contou que entrou no elevador, ficou conversando sem apertar o botão e, quando viu, subiu em vez de descer. E completou:


- Mas não tem nada não, minha filha. Eu não me importo mais em perder tempo.


Então percebi que ele ia me contar mais uma história. Vamos ouvir.


- Porque eu já caí três vezes. Uma vez, fraturei o crânio e fiquei em coma 10 dias. Na outra, quebrei a perna. Na terceira vez, tive um problema no baço. Não me importo mais com nada.

Em pensamento, eu gritava: “QUE HORROR! SAI, VELHO! AZARENTO DOS INFERNOS! VÁ TIRAR A SORTE DO OUTRO!”. Porém, o que falei foi:

- Mas o senhor não vai cair mais, não.

Não vai, né? Eu espero. Deus é pai. Que que esse sujeito fazia em outras vidas pra merecer isso? Empurrava sogras profissionalmente de abismos, no Dia do Arremesso? Eu, hein.



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Terminando o dia – o gatinho

Depois de sete longos meses fazendo natação (praticamente uma mutante aquática, que nem o Michael Phelps), hoje estava saindo distraidamente da minha aulinha massacrante de sexta-feira quando eu vi. Finalmente, depois de todo esse tempo, tinha um GATINHO entrando na piscina pra fazer a aula seguinte. Não creio. É quase um milagre. Lá só tem homem feio e aquelas mulheres que andam nuas pelos vestiários (visão do inferno tocando Blusinha branca). Aliás, tem os professores, que não vão me dar mole.

Enfim, veio descendo o gatinho pra água, e eu subindo, e eu olhando, e ele olhando, e eu olhando, e ele olhando fixamente. Provavelmente, hipnotizado pelas horrendas marcas dos óculos de natação em volta dos meus olhos. Percebam a influência no ar daquele velho que cai. E assim terminou minha história de amor com o ÚNICO cara gato que apareceu em meses. Fim



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