quarta-feira, novembro 28, 2007
Bom dia, meu nome é antipáticaOdeio quando ligam lá pro trabalho e começam assim: - Bom dia, com quem eu falo? Ah, saco. Como assim com quem você fala? Sei que a minha obrigação é responder. Mas dependendo do estado do meu humor (que geralmente oscila entre as categorias “levemente ruim”, “ruim”, “hoje tá ruim mesmo” e “TPM”) isso me irrita, sabe? Porque não interessa com quem a pessoa está falando. Interessa o que ela quer (diz rápido, caralha, não faz suspense que se for pra mim vou querer saber logo qual é a pica voadora) porque aí vou resolver ou passar para o funcionário que deve atender. Tão mais simples. Mas “com quem eu falo” me faz dizer meu nome e geralmente a pessoa do outro lado me explica uma história muito mais comprida (agora que ela me conhece e é minha amiga, fica mais à vontade pra contar todos os detalhes que eu não quero saber) e até ela parar pra respirar e eu poder dizer que não é comigo já perdi, o quê? Uns 30 segundos da minha hora, que é tão cara. Acho bacanérrimo dizer que a hora é cara. A minha sempre é cara. Porque eu gosto muito da minha hora.
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Rápida sobre o colega de trabalho bonitinho
- Olha aí, Fernanda. Ele é gatinho. - É mesmo. Sempre achei. - Falta tirar aquela barba. - Falta tirar aquela aliança. Sonhos. Vou tacar uma moeda pra Papai Noel. De 1 real.
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O cara teve que se mudar do apartamento por preconceito dos vizinhos. O cara tem uma pinta de maluco perigoso. Mesmo assim, eu penso... se ele pode, eu também posso.
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domingo, novembro 25, 2007
Gordurinha gordurãoOntem encontrei pela primeira vez uma amiga de Kátia Lisa que fez lipo. Quando eu olhei pra garota, fiquei hipnotizada. Emagrecimento instantâneo, mermão! Ela nunca foi gorda, mas agora está fininha, com uma cintura reta. Sempre tive medo de sofrer e, por isso, sou contra fazer qualquer coisa que doa por vontade própria, sem necessidade. Mas acho que a gente vai ficando velha e nossos conceitos mudam. Pela primeira vez, considerei realmente a hipótese, pesei os prós e contras de sugar as gordurinhas com aquele tubo doido. Já posso ouvir minha amiga Miss Coco Anão falando nos meus ouvidos. Outro dia, eu disse a ela que queria fazer uma lipo. Ela reagiu na mesma hora: - Pára, Fernanda. Você tem um corpo ótimo. Pra que vai fazer cirurgia sem necessidade? - Mas eu queria tirar essa gordurinha aqui, ó... essa na barriga... - Toma vergonha, Fernanda! Vai malhar! Estraga prazeres. E as delícias da lei do menor esforço? Como vou desfrutar se resolver acabar com as gordurinhas malhando e fazendo dieta? Coisa mais fora de tendência. Posso ter um corpo ótimo, mas eu quero uma barriga igual a daquelas dançarinas do Luciano Huck. Quero ser coleguinha. Quero me livrar das células adiposas que titio Dráuzio disse que eu adquiri na infância e nunca mais vou perder. Eu quero. Se eu pedir com força, será que o bom velhinho (Papai Noel, não o tio Dráuzio) me dá? O lado ruim é que Mamãe Joselita não vai querer cuidar de mim no pós-operatório, já que, quando ela fez plástica no rosto, eu fui o grinch das cirurgias, disse que ela podia não voltar da anestesia e que se voltasse e sentisse dor eu não ia ter nenhuma pena, porque ela fez tudo voluntariamente. Porque eu sou verdadeiramente uma fofa. O lado bom é a quantidade de posts que isso poderia render. Imaginem só. A saga da lipo.
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quinta-feira, novembro 22, 2007
O POST DE BUENOS AIRES - FINALNaquela noite, em que eu e Medulinha embarcaríamos de volta ao Rio, saímos pra jantar. Eu estava totalmente elétrica, acho que já antevendo que, uma vez que teria que passar a noite toda acordada, já que o vôo de pobre partia às 5 da manhã e eu tinha que estar no aeroporto às três, sair de casa 2h30, essas coisas de gente de vida ruim, então, diante disso, acho que resolvi ficar elétrica pro sono não chegar nunca. Ou só chegar a muitos pés de altura. Antes do jantar, arrumamos nossas malas. Elas, sim, coitadinhas, não escaparam da trombose que Medulinha previu: estavam todas inchadas. Como a gente consegue colocar tanta roupa numa mala e na volta precisa de duas ou três malas extras pra fazer tudo caber? Mistério. Que nada tem a ver com a Puma, a Nike ou a feirinha da Recoleta. Pare de sufrirNo jantar, expus minuciosamente meus planos de me casar com o próximo presidente da Argentina (é, galera, o próximo, o que virá depois da mulher que lá está hoje, pró-xi-mo, que parte do próximo não deu pra entender?). Eu falava animadamente, arriscando um portunhol de vez em quando, pra abrilhantar a conversa, enquanto El Diablo me observava e ria muito mais do que o normal... porque eu estava um capeta ... até que, de repente, ele anunciou: - Já sei que emprego vou arrumar pra você. - Qual??? - De pastora. - Anh? Pastora? - É, pastora. Agora está na moda umas pastoras ficarem falando pros imigrantes na televisão. Elas falam umas coisas misturando português e espanhol, um monte de bobagens. Mais ou menos como você está falando hoje. Pastora? Aparecer na televisão? Mas esse será o degrau que me levará à Quinta do Presidente! Vou ficar famosa, o próximo presidente vai me ver, se apaixonar por mim e, pimba, eu na Quinta. Nunca pensei que El Diablo pudesse ser tão visionário, gente! Fiquei muito empolgada: - El Diablo, eu adorei isso de ser pastora, aparecer na televisão falando bobagens... é a minha cara! - É... cara de pau. Não sei de onde ele tirou isso. Voltando pra casaInsone, após vasculhar o Free Shop de Buenos Aires, resolvi comprar uma singela garrafa d’água. Eu sempre compro garrafas d’água pra tomar apenas um gole, guardar o resto na bolsa “pra depois” e jogar fora tudo quando chegar em casa. É um TOC de velha que eu tenho desde sempre. Taquei a garrafinha dentro da bolsa e viajei com ela. Medulinha, no meio da viagem, acordou de repente, me olhou com olhos de ovos fritos e disse: - Você trouxe aquela garrafa d’água??? Aí eu me toquei que até pra embarcar com remédio de nariz na bagagem de mão tem que declarar, porque qualquer líquido pode ser explosivo. Que linda a minha garrafinha binladen. Se tivesse explosivo lá dentro, eu explodia uns 20 aviões. E ninguém viu. Deve ser essa cara de boneca angelical de porcelana que eu tenho. ChegueiDe volta ao Rio de Janeiro, após o pequeno milagre de ver todas as minhas malas trombóticas escaparem com vida daquela esteira fria, e depois de sair de lá com elas sem ninguém conferir canhoto nenhum (ou seja, milagre duplo, se alguém pega mala errada ali é tchau pra sempre), encontrei Papai Joselito que iria me trazer sã e salva pra casa. Levei quase tanto tempo dentro do carro do aeroporto pra casa que dentro do avião (trânsito do fechamento do Túnel Rebouças), mas tava valendo. Era hora de jogar todos os meus presentes de mim para mim mesma com muito amor em cima da cama e nadar neles, que nem a Demi Moore nadou em dinheiro naquele filme cretino.
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domingo, novembro 18, 2007
O POST DE BUENOS AIRES - PARTE 5No último dia em Buenos Aires, fomos visitar o Caminito, localidade em La Boca. É um bairro pobre, mas muito bonitinho, com várias casinhas coloridas. Lá é a terra do tango. Perto fica o estádio do Boca Juniors, que visitamos em um ato de traição total ao futebol brasileiro (ah, vai, mas o estádio é uma graça, e turista pode tudo). Lesações no outletDepois disso fomos, adivinhem, no outlet da Nike, comprar só um pouquinho mais, porque ainda não estava bom. Chegando lá, fomos atendidas pelo vendedor lesadinho. O vendedor lesadinho não conseguia se comunicar com a gente, coitado. E olha que era o último dia, ou seja, vocês podem imaginar que eu já era a rainha do portunhol, entendia todas as cantadas e todos me entendiam. OK, falava um monte de bobagens, mas me comunicava. Pero que uga, pero que buga. Mas com o vendedor lesadinho, não. Pedi um tênis e fora horas gastas pra ele entender o que eu queria. Mas tudo bem, finalmente trouxe, eu experimentei, gostei, e disse: - Esse aqui eu vou levar. Ele sorriu seu sorriso bobo e pegou o meu tênis. Pra guardar, né, enquanto eu via o resto da loja. Então experimentei outras coisas, me decidi por mais uma camisa e uns 15 minutos depois, quando já tinha escaneado todo o estoque do cara, disse a ele: - Agora pode me dar o meu tênis que eu vou levá-lo junto com a camisa. Ao que ele me olha com os seus olhinhos vidrados e diz: - Ah! Você vai querer o tênis? Não, Pedro Bó. Vou querer um bife de chorizo. Aqui não é restaurante? Óbvio que eu vou querer o tênis. Tive novamente que explicar qual era o meu tamanho. Quando eu disse que queria o 37, ele disse: - Não existe 37. A numeração só vai até 36. Oi? Quem estou? Onde sou? É bonita a chuteira da seleção brasileira? Amigo! Mas se eu tinha experimentado o 37 quinze minutos antes, como não existia? Eu ficava olhando pro sujeito repetindo: - Eu vi o 37, como não tem 37? - babando, espumando de raiva. Seria muito ódio no meu coração, se eu tivesse um. Eu já estava extremamente tensa com medo de terem levado o único 37 que tinha e aquele retardado mental estar jogando aquele caô ridículo de que não tinha a numeração, quando ele me aparece com o tênis. O sujeito quer me enlouquecer, né? Ele quer. O lesação já ia levando a caixa pro balcão quando eu peguei da mão dele e disse: - Pode deixar que eu levo - e arranquei a caixa das mãos dele. Meu tênis precioso ele não ia tomar de mim nunca mais. Sem noção. E ainda teve a desgraça de ser argentino e não nascer bonito. Onde vou morar?
Nesse dia, fomos passear em volta da Quinta do Presidente. É uma propriedade que era pra ser a casa de praia do presidente, sabem como é? Mas ele mora lá, que é mais legal que na Casa Rosada. Pertinho da casa da minha prima. O que era pra ser uma voltinha virou quase uma maratona: é muito grande, rapá. As pessoas andam e correm em volta da quinta feito o pessoal da Zona Norte caminha em volta do Maracanã. Ou o da Zona Sul em volta da Lagoa. No dia anterior, passeamos pelo bairro com El Diablo (o marido da minha prima, pra quem ainda não sabe) e ele me mostrava as casas que estavam para alugar. Uma delas era uma propriedade absurdamente grande, de 700m2 de área construída, mais mil e cacetada metros quadrados de terreno, um exagero. Aí El Diablo se animou todo. Disse que devia custar uns 15 mil dólares o aluguel e eu pensei: “Quinze mil dólares? Claro que não. Não existe aluguel caro assim.” Não? Toola. Chegamos em casa e acessamos a página da imobiliária pra ver o preço do aluguel. Custava só 12 mil dólares. Sim. O aluguel. Por mês. El Diablo errou por três mil dólares. Ele começou a dizer que era pra eu escrever pra minha mãe dizendo que eu não ia voltar, que ele ia me arrumar um emprego na Argentina e que eu já tinha até onde morar: aquela casa. Que era pra eu mandar a foto pra ela por e-mail. Que capeta, gente. Mas quando eu vi a Quinta do Presidente, no dia seguinte, não tive dúvida: morar na casa de 12 mil dólares por mês é pensar pequeno por demais. Quero mesmo é morar na Quinta do Presidente. Só o que eu preciso é dar um jeito de conhecer e namorar o próximo presidente da Argentina. Tenho que começar a trabalhar para isso imediatamente. O mercado brasileiro anda ruim mesmo e a propriedade muito me agradou. (CONTINUA...)
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terça-feira, novembro 13, 2007
O POST DE BUENOS AIRES - PARTE 4No terceiro dia em Buenos Aires, fomos visitar o Jardim Japonês, em Palermo, e o Jardim Zoológico. Sim! Adoro um zoológico. Fico tão apegada àqueles bichinhos! Vontade de apertar até matar. E lá eu posso ver cobras. Muitas cobras. Eu tenho agonia de cobras, sabem? Elas se arrastando, se contorcendo, subindo umas nas outras, tudo isso me dá um TOC incrível. Cobras são legais. Ponchinho de DeusDepois de nos empanturrarmos novamente com empanadas e com o tostado, o queijo quente deles, feito com pão de miga, fomos passear pela Recoleta, o bairro chique. Lugar com muitas lojas onde eu não posso comprar. Meio frustrante pro meu mantra recitado diariamente lá: comprar, comprar... comprar... Mas não fica triste não! Existe a feirinha da Recoleta! Ahá. Sempre existe uma feirinha de artesanato onde eu sou rica novamente com meus maravilhosos pesos desvalorizados. Lá, eu comprei um PONCHO. Pra quem não sabe, poncho é tipo um xale quentinho que você joga em cima dos ombros pra proteger do frio. Geralmente, pra proteger de muito frio. El Diablo, assim que eu contei toda animada que tinha comprado meu lindo poncho, logo me atirou um milhão de ratos mortos: - Onde você vai usar um poncho no Rio de Janeiro? Ora, bolotas. Vou usar, tá? No Rio faz muito frio. Dezessete graus. E eu vou estar quentinha. Dois quilos de doceNo dia seguinte, depois do passeio em um trenzinho de turistas muito fofo até o puerto de frutos, fomos ao supermercado agir como os cidadãos locais. Pra mim, supermercado é ponto turístico. Tem um monte de coisas diferentes pra ver. Lá comprei assim umas coisinhas pra trazer de comida. Uns mimos da Argentina. Claro que eu tinha que trazer doce de leite. Parei em frente à prateleira com um milhão de opções na minha frente. Doce de leite tradicional, doce de leite com chocolate, doce de leite especial pra fazer doces com doce de leite, doce de leite que é mole mas quando você abre fica duro (ui!)... e o doce de leite de dois quilos. Gente, vocês não imaginam o que era o doce de leite de dois quilos. Era um vidro de um tamanho inexplicável, muito pesado (porque além dos dois quilos do doce bota mais um quilo do vidro), imenso. El Diablo, ao ver minha total perplexidade diante daquele monumento ao exagero, declarou: - Leva este. E, bloft! Tacou o doce de leite gigante no meu carrinho. - Não, El Diablo, não vou levar essa pataca no avião. Minha bagagem já vai dar excesso. Vou levar esse outro aqui. Pego um de meio quilo e devolvo o de dois quilos pra prateleira. - Leva este. Você não sabe quando vai voltar a Argentina. E, bloft! Novamente a pataca no meu carrinho. Caralhos adoçados! - Não, El Diablo. É muito pesado isso. E coloco novamente o doce na prateleira. Teríamos ficado assim até hoje, se ele não dissesse: - Então é um presente meu para a sua mãe! Aí você não poderá recusar! HA HA HA, ganhei! Agora você vai ter que levar. Mas é o próprio capeta da pata de macaco preta! Tive que me recusar no fim das contas a trazer o doce, porque sabia que o sacrifício não ia compensar o “presente” que ele queria me dar só pra ganhar a discussão, já que Mamãe Joselita vive de dieta e ia odiar a ambos, a mim e a ele, para toda a eternidade. E, com isso, ouvi de El Diablo durante tooodo o resto da viagem que o que eu tinha feito era “muito feo, muito feo”. Volta e meia, do nada, em momentos sortidos, ele dizia isso. Daqui a uns 50 anos ele ainda vai olhar pra mim e dizer "muito feo, muito feo" ao lembrar desse bendito pote que poderia até matar se eu desse com aquilo na cabeça de alguém. Olha, mas que animado. Pensando bem um pote de doce de leite morto poderia ter me sido muito útil na minha volta à realidade da vida. Dei mole. (CONTINUA...)
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quarta-feira, novembro 07, 2007
O POST DE BUENOS AIRES - PARTE 3No segundo dia de viagem, fomos conhecer o óbvio: Puerto Madero e Casa Rosada. Puerto Madero é uma região portuária à beira do rio que seria como a Praça Mauá aqui, se não tivesse sido revitalizada e ficado linda. Lá vimos alguns hermanos lindos (a área tem vários prédios comerciais), desfilamos com as nossas camisas da seleção brasileira e fizemos o maior sucesso (leia-se: pagamos o maior mico). No táxi que nos levou até lá, minha prima suspirou de vergonha quando o taxista disse o óbvio: - Brasileiras??? Ela disse: - É, elas vão sofrer hoje com essas camisas, vão mexer muito com elas. E o cara: - Não só pelas camisas, mas pela beleza das duas. Assim são os argentinos. Lá eu me senti linda todos os dias, mesmo usando o shampoo errado. Faça as contasFizemos um pit stop num café antes de seguirmos para a Casa Rosada, outro ponto óbvio. Em nossas andanças, como sempre rolavam compras (comprar...comprar...preciso comprar...), minha prima tentava, de forma bem didática, nos explicar a rapidamente fazer a correspondência entre peso e real. Quando mencionávamos a dúvida: "80 pesos? Quanto será que é isso em reais?", ela rapidamente respondia: - Divide por três e multiplica por dois. Ah, mas que PÍCARA SONHADORA. Como se duas comunicólogas fossem capazes de fazer essa conta com agilidade. Pra nós isso é quase como dizer que tem que fazer a raiz quadrada de 567. A gente fez comunicação porque nasceu sem a parte do cérebro que processa números, tia. Eu tenho que fazer até multiplicação por 10 na calculadora. Claro, como realmente as pessoas que são privilegiadas com o dom do cálculo matemático não entendem isso, era a gente falar o valor e ela disparava: - Divide-por-três! Multiplica-por-dois! Tá com medinho de fazer conta, 06??? A volta no táxi do malucoPra compensar o taxista elogioso da ida, pegamos um maluco, maluco mesmo, de pedra, com carteirinha de sócio atleta do clube dos abilolados. Porque o clã dos taxistas enlouquecidos é sem fronteiras. Chamar o cara de barbeiro não ilustraria a maneira FOFA dele de dirigir. Ele tentava se comunicar com a gente, mas nem a minha prima, nossa intérprete oficial, conseguia entendê-lo. Eu desisti, ela ainda tentava responder, porque o sujeito não parava de falar, pra complicar a nossa situação. Até que teve uma hora que ele resolveu dizer que uma área era perigosa e ficou fazendo um gesto de arma apontando pra cabeça. Ah, parceiro. Acha que assusta carioca com gestinho de arma? Tá de sacanagem, né? Chegamos sãs e salvas em casa, onde terminamos o dia comendo faturas (uma espécie de pão doce de lá) e mais tarde bife de chorizo e empanada (tipo um pastel de forno). Será que alguém passou mal, feito quando viajou pra Bahia, comeu acarajé e no dia seguinte acordou verde? (CONTINUA...)
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sábado, novembro 03, 2007
O POST DE BUENOS AIRES - PARTE 2Minha prima que me hospedou em Buenos Aires está morando lá desde fevereiro e fica que nem pedinte implorando café a cada brasileiro que vai lá de férias. Ela disse que o café de lá não se compara ao brasileiro e eu não duvido. Nem quis experimentar. Levei pra ela logo oito caixas, Medulinha levou mais umas três, e pronto, café por meses. Mas quando eu cheguei na Argentina às 3h30 da manhã e vi minha prima esperando por mim no aeroporto pensei que ela merecia que eu levase logo um cafezal inteiro. Com um fazendeiro bonito, espadaúdo, pra acompanhar. Se bem que o fazendeiro não ia precisar, já que ela tem um argentino para consumo próprio, El Diablo, que só não levou a alcunha de Primo Cunhado sem Loção porque Cunhado sem Loção só tem um. Comprando com os hermanosNo primeiro dia de Buenos Aires, fomos às compras (como se eu não fosse fazer isso todos os dias). Gastei 70 pesos fofinhos em chocolate. Fiz a festa na loja da Puma. Foi lá que eu descobri que os hermanos, além de lindos, são galanteadores. Na hora de preencher o formulário do tax free, o vendedor vira pra mim e diz: - Você coloca aqui o seu nome, número do documento... e se quiser, coloca o estado civil. Não tinha nenhum campo pra estado civil. Levei uns dois segundos pra entender a gracinha. É porque foi feita em outro idioma. E eu, essa dama criada pelas freiras cegas da Dinamarca, ainda fico sem graça com esse tipo de coisa. A saudosa carne argentinaNa noite desse primeiro dia, fui conhecer o tão falado bife de chorizo da Argentina. Pra quem não sabe, já que só a Sassá ainda não conhece Buenos Aires, bife de chorizo é carne de vaca. Nos guias, dizem que é como se fosse o contra filé daqui. MENTIRA. Nenhum contra filé que um dia alguém vai comer aqui se assemelha a essa maravilha. Só dizem isso porque acima dele tem o lomo, que é de mais qualidade, então seria o filé mignon. Resumindo, o tal bife de chorizo acordou o dragão carnívoro sedento de sangue que existe em mim e agora toda noite ele chora triste com saudades de Argentina. Tadinho. Nesse jantar eu peguei um restolho do bife a milanesa da minha prima e, claro, esse também é totalmente diferente dos nossos. É fino e sequinho, parece feito no forno. Aí entendi porque MiniPentel, que esteve em Buenos Aires com Pentel mês passado (não falei que só a Sassá não foi?), devorava os bifes a milanesa de lá e deixou todo no prato o bife bonzão brasileiro que ofereceram pra ela na semana seguinte. Está ficando chique, essa menina. A lista de presentesQuando chegamos em casa, fui repassar a lista de presentes que tinha feito. O povo da família, uma amiga que fez aniversário, minha chefe... O problema é que um dos nomes da lista que eu mesma anotei com o meu próprio garrancho não consegui entender de jeito nenhum. E deve ser alguém importante, porque vinha antes da minha irmã. Era um nome que começava com M, tinha um til no final, mas não era mamãe, que estava no outro ponto da lista. Acho que era o Marcão, meu namorado imaginário. (CONTINUA...)
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