segunda-feira, janeiro 30, 2006

Chuva no Rio de Janeiro

Não, não vou contar que fiquei ilhada no dilúvio que caiu sobre a cidade na sexta e ontem. Graças a Deus, nem trânsito peguei. Quando cheguei é que começou o toró e eu estava confortável na minha casa, quentinha, seca, linda, loira e japonesa.

Falando com Pentel no telefone, aqueles raios todos no céu, e eu morrendo de medo de um raio entrar no telefone. Quando eu morava na roça tinha altas histórias de gente que ficou surda falando no telefone em dia de tempestade, aqueles caôs que contam pra traumatizar a vida da criança para sempre. Funciona. Fora que uma vez teve uma tal de descarga elétrica que arruinou o telefone lá de casa. Daqueles de disco ainda. Velho, velho. A sorte é que não tinha ninguém falando. Tenho medo, pronto. Então no dia do temporal, falando com Pentel, na hora de um raio mais violento eu taquei o telefone longe, zumm, foi reflexo. Depois peguei de novo, toda culpada porque tinha deixado minha irmã falando sozinha.

- Alô, Pentel?

...

- Pentel?

E ela:

- Anhhh.... desculpa. Larguei o telefone porque fiquei com medo.

Mesmo sangue, mesmas lesações. Somos quase gêmeas.

+++

E Minnie Nome Triplo? Quando começaram os trovões na sexta, alguém perguntou, espantado:

- Isso é chuva?

E ela:

- Não! É trovão!

Então tá, né? A pobre, além de ser zoada à exaustão, ainda levou cinco horas pra chegar em casa naquele dia.



Comments: sábado, janeiro 28, 2006

Qualquer post hoje é fruto de um milagre. Meu computador está morrendo. Parece uma bomba relógio, fica fazendo um barulho de tic tac tic tac tic tac no HD. Animadão. De 1 em 1 minuto, congela e eu tenho que esperar aparecer uma tela azul que diz que ele não está conseguindo salvar dados no disco C:. No C: saca? O único disco que eu tenho. E eu nem tinha pedido pra salvar nada. Ele está me dizendo assim: "ó, eu não consigo mais funcionar". Mas como eu sou brasileira e não desisto nunca, aperto a tecla para sair da telinha azul e vou em frente.



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A fura olho do BBB

Ah, vá. A tal da Roberta é uma Tatty-Patty-Lu com mel. Não dá pra entender o que a homarada vê naquela mulher com cara de passarinho. Tá que eles não olham pra cara. Mas aquele rosto de alien que ela tem é revoltante. Parece que misturaram mal todos os ingredientes pra fazer uma mulher bonita e saiu aquela coisa. Credo em cruz. Pé de pato mangalô treiz veiz.

Pra completar, ela tem estrias no peito. Eu, vi, gente. Eu posso não ter mel, mas pelo menos eu não tenho estrias no peito. E nem em lugar nenhum. Talvez no cérebro, em Bruno e Marrone.

Pra piorar, Bial disse que fulaninha teve um "colapso quando tocou calipso". Ai, meu Santo Antônio do Catigeró das piadas amarelas. Nessa hora, dá vontade de desistir de tudo.



Comments: quarta-feira, janeiro 25, 2006

Sem noção

A moça contava empolgada ao amigo sobre a nova tatuagem que fez:

- Amiiiigo - ela falava pelo nariz - eu fiz uma nova tatuagem. Sabe o que eu tatuei, sabe o que eu tatuei???

Ai, meu São José dos Desenhos Toscos, que medo. Pode ser qualquer coisa. Um rolo de macarrão. Uma pá de pedreiro. Uma inscrição "ema ema ema cada um com seus pobrema". Se bem que essa última ia ser legal.

- Não... o que você tatuou?

E a revelação:

- Uma perereca!

!

- Uma perereca?

- É! Na virilha!

!!

- Na virilha??

- Isso! E ela tem um laciiiiinho - falando pelo nariz - na cabeeeeeça - pelo nariz - E quando eu coloco o biquíni, dá pra ver o laciiiinho da perereca!

!!!

E pra ver a perereca toda só mostrando a perereca, né?

Cara, uma pessoa que fez uma tatuagem-de-perereca-na-virilha-que-o-lacinho-aparece-quando-ela-está-de-biquíni fez de propósito pra ouvir piadinhas de duplo sentido. Não é possível!



Comments: terça-feira, janeiro 24, 2006

Que função...

De coronel Licurgo, no capítulo de hoje de JK:

- VOU ACABAR COM TODAS AS PUTAS DO MUNDO!

Ih, mas ele vai ter um trabalhão.



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Aprendam com a tia Fernanda

Quando vocês ligam pra um setor da sua empresa querendo rapidamente uma informação que só aquele setor pode dar, ou você é o mega power combo diretor que pode decidir se passaralha ou não aquela pessoa, ou é melhor não ser antipático. Sim, porque sendo antipático tudo que você vai conseguir é MÁ VONTADE. E uma tonelada de bichos mortos pela cara.



Comments: domingo, janeiro 22, 2006

Bichinho de Deus

Ontem fui no Teatro do Jóquei com Leitinho Scheitzer, que gentilmente me tirou de casa num feriado de calor insuportável em que todas as pessoas do mundo resolveram viajar - menos eu.

O teatro é dentro do Jóquei mesmo, onde ficam os cavalinhos correndo, tem grande prêmio, essas coisas todas que vêm juntas. Um lugar com muitas árvores, matos e, conseqüentemente, muitos bichos. Vimos vários gatos desde que chegamos. Nesses lugares sempre tem bichanos sem dono.

Na saída, nos dirigimos para o lugar por onde entramos. Estava meio deserto, escuro e sinistro, parecia a floresta encantada do Harry Potter, a minha rua à noite ou o cérebro de uma Tatty-Patty-Lu. Fomos andando, batendo papo, bolinha vai, bolinha vem... até que vimos um bicho, blasè, como se não fosse nada, lá pelo chão vivendo a sua vida. Acho que eu e Leitinho vimos ao mesmo tempo, porque falamos juntos:

- Olha... um bichinho...

Ah, que bonitinho! Coisa FOFA.

Primeiro pensei que fosse um gato, depois cheguei mais perto e vi que era marrom e estava curvado, com as patinhas agarrando alguma coisa, comendo... tive um ataque de ternura e achei que fosse um esquilo. Tem esquilo no Jardim Botânico, perto dali. E eu já ia dizendo: "olha um esquilo", quando vi o rabo comprido e fininho da criatura.

Gente, era um rato. O bicho era tão grande, mas tão grande, que parecia um gato ou um esquilo. Tinha uns 30cm de comprimento e devia pesar uns 10kg, porque era gordo, elorme. Era meio pelado, estranho, com uns tufos esparsos de pêlo. E encarou a gente. Medo, mãe!

Fiquei uns segundos paralisada, sentindo um pânico infinito. Vi minha vida passar todinha na minha frente, como um filme. Achei que fosse meu fim. Lamentei porque eu nunca ia saber quem vai ganhar o BBB e nem ia terminar o Fortaleza Digital.

Leitinho conseguiu quebrar o silêncio:

- Fernanda... é um rato!

Jura, Pedro Bó?

Eu consegui quebrar a imobilidade:

- Leitinho... vamos sair daqui!!!!

E fomos correndo de volta ao local menos ermo. Tive muito, MUITO MEDO, de que o bicho viesse atrás da gente. Esses bichos são malucos, cara. Tem um rato que me persegue na rua do Riachuelo. Vai ver era ele, depois de alguma mutação genética. Mas eu tenho pra mim que era mesmo o exterminador de baranga disfarçado. Ele tem uma habilidade incrível para cumprir a sua função. E ataca mais nos feriados, quando a gente está relaxada.



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Tinteiro

O moço da loja de tintas nem me olhou quando eu cheguei lá com Papai Joselito. E olha que eu vou deixar um caminhão de dinheiro lá. Muitas pratinhas que dariam pra comprar vários doces de leite. O vendedor indolente estava atendendo um velho dos infernos e não levantou os olhos nem pra me dar boa tarde. Ó-dio. Deu vontade de ir em outra loja, comprar tudo e depois levar a nota lá, que nem a Julia Roberts em Uma Linda Mulher, jogando o cabelo de um lado para o outro, com um Richard Gere a tiracolo. Como eu não sou a Julia, não estou em um filme americano, não tenho nenhum Richard e, provavelmente, o homem ia me jogar um rato bem morto se eu fizesse a mesma cena, deixei pra lá. Mas que nesse dia a coisa estava meio feia, estava. Quando cheguei no salão pra pintar as minha patas, estava seca e pedi um copo d´água pro tiozinho dono do estabelecimento. Ao que o ABUSADO me olha com uma cara de cu e diz:

- Tem um bebedouro ali atrás com copos.

Vai pegar se você quiser e não me enche o saco.

Tá que não parece nada, mas vocês tinham que ver a cara dele. Simpatia zero, parecia que eu estava interrompendo algo mega power combo plus importante de vida ou de morte que ele estava fazendo com um pedido sem razão de ser. Tava calor, porra! Quando a frase "o cliente tem sempre razão" caiu de moda? Saco.



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Voltinha

Cansada de ficar entocada em casa, resolvi enfrentar o calor senegalês que fazia lá fora e rumei pra praia, pra dar uma caminhada. Como eu (ainda) não sou uma garota carioca suinge sangue bão Zona Sul, tenho que pegar o metrô pra ir até lá. Estava cheio e quente como o inferno. Na volta, faltou luz no metrô e eu demorei o dobro do tempo que levaria pra chegar em casa e ainda tive medo de ficar presa para sempre naquele vagão cheio da pobrada voltando da praia. Mas foi legal.



Comments: sexta-feira, janeiro 20, 2006

Da série "virunduns" - música inexplicáveis de Lama Gêmea

Outro dia, fui procurar a letra da música da Zélia Duncan, tema da personagem da Flávia Alessandra na Lama Gêmea que eu coloquei aqui na trilha sonora do blog.

Em TODOS os sites que encontrei, incluindo o do Terra e vários sérios de cifras, encontrei o seguinte trecho:

"Pra quê
Se um vazio INESPERÁVEL eu não percebi"

Fiquei um tempão que nem boba olhando aquele "inesperável". Que coisa mais esquisita! Na hora meus dois neurônios, Bruno e Marrone, entraram em curto, porque não conseguiam reconhecer a palavra, apesar dela estar escrita em tantas páginas.

Imeadiatamente, fui consultar um dicionário (em papel, nessas horas tenho medo da internet) e constatei: "inesperável", realmente, não existe. Ufa! Graças a Deus! Me dei ao trabalho de ouvir a música e confirmar o que eu já achava: ela canta "Se um vazio ME ESPERAVA".

Cara, de onde essa gente tirou "inesperável"? E em tantos sites? Ainda se fosse "inesperado" eu ainda poderia compreender. Mas inventar palavra é fogo! E ela nem fala enrolado na música, eu sempre entendi. Eu, hein.

Acabei continuando a ouvir o CD da novela na Rádio Terra e peguei mais virunduns, dessa vez, meus mesmo. Na música tema dos personagens de Du Moscovis e Priscila Ex-Elefantin, Burrel e da AlmaPenadena, a letra é assim:

"E eu do brando sono hei de acordar"

Eu sempre cantava: "e eu DUBLANDO O SONO hei de acordar". Achava que o cara ia fazer um malabarismo pra acordar do sono, ia dublar o sono. Pra mim, fazia todo o sentido.

E "Índia", cantada por Roberto Carlos? A minha vida inteira, eu achei que fosse asssim:

"Vem que eu quero te dar
TODO O MEU PARAGUAI"

Essa é ainda pior, porque nem é nessa hora da música que ele fala do Paraguai. Na verdade, é assim:

"Vem que eu quero te dar
Todo o meu grande amor"

e

"Dentro do meu coração
Flor do meu paraguai"

Acabei misturando tudo e pra mim era assim mesmo, porque eu achava que ele queria dar o Paraguai pra índia dele. Um presente bem estranho. Vai vir com um monte de bugingangas e uísque ruim.


UPDATE: Caraca, rolou uma lesação na hora desse "dublando o sono". Eu pensava que era "dublando" de "fazendo malabarismo", quando, na verdade, pra isso teria que ser "driblando". Que anta top model! Música faz a gente ficar meio lesada com esse monte de licença poética que a galera usa. Agora chego um pouco mais perto de entender o inexplicável "inesperável". Foi uma leitora que abriu meus olhos lá nos comments.



Comments: segunda-feira, janeiro 16, 2006

Chazim?

Papai Joselito saía para o supermercado. Mamãe pediu:

- Mor, compra uns chás diferentes. Eu tenho aquela caixa linda para colocar chá e fica chato ter um monte de buracos na hora que a pessoa vai escolher.

Naquele dia, íamos receber a visita da minha tia.

Ante à solicitação de Mamãe, Papai ponderou:

- Ah, mas ter buracos é bom... porque se a pessoa escolher um buraco, ela não toma chá nenhum. A gente até economiza.

Óia! Não é que faz sentido, rapaz? Completei:

- E tem outra coisa boa. De repente, a pessoa não gosta de chá e aí tem a opção de escolher o buraco. É uma forma sutil dela dizer que acha chá uma merda e que você deveria estar oferecendo, no mínimo, uma cervejinha ou, melhor ainda, uma taça de prosecco . Olha que elegante.


Cara, coitada de Mamãe que tem que aturar nós dois.

Falando em chá, hoje experimentei chá verde, de tanto chegar aos meus ouvidos que é bom pra emagrecer. Caceta, espero perder pelo menos uns dois quilos de hoje para amanhã. Só assim valerá a pena. Ô trem ruim danado da peste! Credo em cruz.



Comments: sábado, janeiro 14, 2006

BBBom

Oba! Agora que começou o BBB, tenho assunto para quilos de posts. Quando bater a falta de inspiração, tchum: taco-lhes um post sobre o BBB. Ah, não resmunguem. Quem não vai entender nada porque não vê ou odeia o programa, basta passar a ver e gostar. Simprícimo, escrito assim mesmo, que nem o computador do seu Creysson.

Confesso que assistir a esse treco não vem sendo tarefa lá muito fácil. Tem que perseverar. Os participantes até agora me parecem inexpressivos. Pra mim, são todos iguais. As mulheres, então... fora a pobre que entrou depois, a pescadora, que é morena, e a motogirl bizarra, o resto é tudo patty-tatty-lu loira. Ah, não, tem a tal da Naomi, que é patty-tatty-lu sem ser loira. Que seja. Mas que tem umas três ou quatro loiras que são iguais, isso tem. Enfim, vai melhorar, o povo vai começar a se estranhar, a se pegar, aquela coisa de sempre. Adoooro.

Falando nos pobres, o que é a sorte do gordinho que entrou por sorteio? O cara concorre com milhares de pessoas e consegue entrar na casa. Não satisfeito, vence a primeira prova do líder, uma das poucas que vale um prêmio (e que prêmio: um Fiat Idea, que papai disse que vale uns 30 e poucos mil. Eu não sabia, porque mal sei diferenciar um Palio de um Corsa, mas ele me contou). E vence dando um chute de quantas bolas de gás foram colocadas dentro do carro, um chute que poderia ser de 1 a infinito, já que ele não tinha idéia de quantas eram, não dava pra ver. E ele ainda foi o primeiro a chutar, nem podia se basear no palpite dos outros. Isso me leva a acreditar na teoria de um amigo meu, que diz que não joga na mega sena porque, se for pra ele ganhar dinheiro, vai achar na rua. Acho que é isso mesmo: quem nasceu pra ganhar essas coisas, ganha. A vida acaba dando um jeito. Ai ai. A vida não dá um jeito de eu ganhar muito dinheiro de uma vez pra abrir a minha lojinha de geléias por hobby, só pra dizer pros clientes que eu só vendo geléias. E criar meus porcos no meu quintal de cerquinha branca. Por que não posso ter esse prazer?



Comments: quarta-feira, janeiro 11, 2006

Sacaneia

Ainda bem que domingo eu não estava com o mau humor que estou hoje. Se estivese, acho que teria cuspido um ácido na cara de alguém.

Tudo começou quando eu saí de casa, inocente, para uma feijoada com samba. Eu não sou muito fã de feijoada (só a de mamãe) e nem de samba (apesar de me divertir em qualquer buraco), mas fui porque era a despedida de uma estagiária lá do trabalho que está indo passar uns meses na Itália. Insuportável. Ia uma cabeçada, então fui também.

Fui até o metrô, passei meu RioCard (coisa linda de Deus) e esperei o trem chegar. Assim que cheguei na plataforma, já notei que estava mais cheio que o normal para um domingo e aí lembrei que tinha um show de graça na praia do Flamengo. Show do BABADO NOVO. Apesar de não ter cogitado nem por um instante sequer da minha existência colocar meus lindos e delicados pés num evento desses, fui prejudicada pela movimentação que isso gerou. Me senti uma daquelas pessoas que foram pegas de supresa voltando do trabalho no dia do show do Lenny Kravitz. Quando chegou na estação seguinte, entrou uma turba desvairada dentro do vagão. A massa corria e se espremia, ao mesmo tempo que gritava e batia nos vidros. Uma visão do inferno. Aquele de Dante perde. A porta se fechou, o metrô não andava, as pessoas gritavam, cantavam, urravam, grunhiam. Passaram uns seguranças correndo do lado de fora brandindo uns cassetetes.

Meu coração disparou e eu nem tinha visto nenhum gatinho. Era de medo mesmo. Se estourasse a boiada ali, eu não teria pra onde correr, socada dentro do vagão. Na estação seguinte, sem pensar muito, dei um jeito de sair. Nem sabia direito onde estava. Peguei um táxi e praguejei até a quinta geração do idealizador desse show por ter me feito gastar 2,25 do meu RioCard de pobre à toa! Ah, que raiva!

Mas não acabou. Cheguei no local da bendita feijoada, mesmo depois de toda essa via crucis, às 17h. Essa era a hora que a estagiária tinha marcado. Bozo estava lá? Nem ela. E nem nenhuma das pessoas que disseram que iam chegar supercedo, na hora etc e tal. Liguei para TODOS e cada um tinha um motivo pra não estar ali: "fui pegar o fulano, fui pegar a namorada do sicrano, fui encher o meu aquário de água salgada, fazer suco de laranja...". Taqueopariu! Encostei no paredão e esperei.

Durante os 40 minutos que fiquei ali parada até que uma boa alma chegasse, pensei coisas sortidas como "pelo menos o dia está bonito", "pelo menos eu não fui esmagada na vinda pra cá", "a que horas será que eles vão chegar?", "será que o Brasil vai ganhar o hexa?", "eram os deuses astronautas", "cobra tem carrapato?". Quando entrei, ainda consegui discutir com a velha que cuida do banheiro. Maldito país que não cuida dos nossos velhos. Se cuidasse, pelo menos eu não teria que aturar a caduquice de um idoso trabalhando. Velho não tem que trabalhar! Tem que ficar em casa cuidando dos netos e não encher o saco! A velha estava trocando as toalhas de secar a mão e eu não vi. Quando fui pegar o papel, só vi que o porta-papel estava aberto, achei que estivesse quebrado (o lugar do samba não é assim limpinho e bem poderia estar mesmo quebrado) e puxei um. Aí a velha gorda:

- Ah! Você fez tudo o que não podia fazer!

Porque eu desarrumei os papéis dela! Indolente! Com tanta gente sem emprego nesse mundo, a mulher faz cara feia pra cliente que está usando o banheiro!

Joguei uma tonelada de bichos mortos em cima dela e fui embora.

Graças ao bom Deus, apesar de tudo, no fim, conseguiu ser um programa divertido. Sabe-se lá como.



Comments: sábado, janeiro 07, 2006

Nossos adoráveis papais Joselitos

Sempre recebo com emoção histórias de pessoas que têm papais Joselitos assim como eu. Loira DuBem, em nossos almoços no francês perto do trabalho, volta e meia cita que o pai é campeão dos presentes sem loção. Ela já ganhou as coisas mais esdrúxulas dele. Certa vez, ela anunciou pra toda a família que não gostava de tênis, que nunca usava, e disse categoricamente, antes do natal, que não queria ganhar tênis. O que o pai deu? Um tênis. E ele nem tinha comprado quando ela falou, comprou depois. Porque queria dar um tênis e pronto. Lamba os beiços.

O pai de Dubem já pegou uma sanduicheira que ele tinha em casa, usada pela família há anos, embrulhou e deu de presente pra ela. Certa vez também, comprou um daqueles castiçais que os judeus usam em uma das suas festas. Não me perguntem o nome, não entendo nada da religião judaica... e nem DuBem! Ela não é judia, nem o pai, mas ele comprou assim mesmo e deu pra ela. Era uma coisa de segunda mão, com uns descascados. Ele justificou:

- É pra quando faltar luz!

Tá explicado!

Mas ele se superou nesse natal. O Extra (jornal aqui do Rio, pra quem não sabe) deu de presente aos seus leitores uma enciclopédia. Daquelas de jornal que a pessoa vai juntando, que vem um fascículo em cada edição. O pai de Dubem adquiriu duas unidades do mimo e deu de presente pras duas filhas.

Como assim, Bial? Ele deu de presente a enciclopédia do jornal! Jooooselito!

DuBem amenizou a história:

- Mas ele embrulhou.

Ah, bom!



Comments: quarta-feira, janeiro 04, 2006

Suave Veneno não se transformou em um anjo mau por acaso. Já passou por alguns traumas nessa vida. Outro dia, falávamos sobre as agruras da infância, a mais básica sendo aquela de não ter nenhum amigo até completar determinada idade (bom, eu não tenho até hoje). Então ela disse que uma vez, quando era bem pequena, insistiu muito para que a mãe a levasse em um evento de graça na Quinta da Boa Vista. A mãe negou categoricamente:

- Não, minha filha. Nessas coisas sempre tem confusão.

Já seria uma tristeza para a pequena Suave não ter ido ao evento. Mas não parou por aí. No dia seguinte, saiu no jornal que REALMENTE tinha havido uma confusão no troço. Que boca de sapo tem essa mãe de Suave! Credo em cruz! Qual a probabilidade disso realmente acontecer e ainda sair no jornal? Então Suave Mãe, Joselita, fez questão de mostrar a ela a foto da primeira página. Uns sapatinhos de criança espalhados pela grama, alguns salpicados de sangue... visão aterradora.

Suave seguiu contando suas desventuras até a pior delas: ela uma criança muito tímida, muito tímida, muito tímida. Tinha vergonha de tudo. Dos meninos então, não podia chegar nem perto. Ainda assim, o destino pregou uma peça em nossa heroína e ela começou a "gostar de um menino". Alimentou a paixão de longe por semanas a fio, sem revelar seu segredo a ninguém. Um dia, resolveu contar a uma amiguinha (já era um progresso) que estava apaixonada. Quando mostrou para a tal colega quem era o objeto dos seus sonhos, ela exclamou:

- Mas, Suave... aquela pessoa não é um menino, é uma menina! Aquela lá é ... a Celeste!

TÓINHONHOIÓOOOIM!

Segundo Suave, a bichinha era idêntica a um garoto, usava cabelo curto, sem brinco, calça comprida, e, como ela só olhava de longe, e pouco, pela vergonha, nunca tinha notado. Suavezinha chorou por dias porque não queria uma menina!

ÔÔO, dó. Por isso cresceu e virou uma pessoa que assusta a própria filha com uma esponja. Uma esponja que sorri, é verdade, mas ainda assim uma esponja sinistra.



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As cinco coisas

Recebi de Kátia Lisa um teste tibetano por e-mail. Apesar de ser tibetano, e os tibetanos mentem muito, resolvi fazer o teste. Uma das perguntas mandava enumerar animais por ordem de preferência. Após fazer isso, você descobre que cada animal corresponde a uma prioridade na vida.

Vejamos as minhas:

1 - Orgulho (sim, praticamente um poço)
2 - Dinheiro (dinheiro pra mim não é POBREMA!)
3 - Família (porque ainda me resta algo de humano. Até as criaturas mais horrendas têm mãe. Bom, menos os jornalistas. Hum...)
4 - Carreira (é de onde vem o dinheiro)
5 - Amor (monstro sem coração)

Essa sou eu.



Comments: domingo, janeiro 01, 2006

ADEUS ANO VELHO, FELIZ PIADA AMARELA VELHA

Nenhuma dengue e muitas promessas de ano novo depois, aqui estou eu de volta. Foi uma semana tranqüila, na companhia de papai e mamãe Joselitos, Pentel, Cunhado Sem Loção, MiniPentel e irmã de Kátia Lisa. Terminei de ler o último Harry Potter que faltava, o segundo. Já tinha lido todos, incluindo o último, mas tinha pulado o segundo.

O fato de eu gostar de Harry Potter e não mais me diferenciar da massa é culpa de Musa do Câncer. Foram e-mails e mais e-mails trocados comigo sobre toda a sorte de coisas nos quais ela sutilmente, no meio do texto, quase passando despercebido, introduzia um "estou lendo o livro tal do Harry, não consigo parar", "ih, agora o Harry está cheio de problemas, estou agoniada lendo", "o fulaninho que é mago da ordem de sbrubbles agora vai matar sguenis" ... até que eu falei:

- Caceta, me empresta logo essa caralha.

Uma coisa assim bem meiga. Ao menos, ela tem todos os livros em inglês e aí eu pude me sentir mega power turbo pop lendo tudo na língua original. Uma merda, eu pensei, mas uma merda do jeito que foi pensada pela autora. Acabei me ferrando e gostando desse troço. Bem feito. Quem manda ter preconceito. Devia arder no mármore do inferno. Bom, provavelmente vou passar uma temporada lá, anyway.

Cunhado sem Loção, ao me ver lendo meu Harry, claro que tinha que implicar:

- Harry Potter, Fernanda! Que livro mais adulto, nossa!

Rebati:

- Éeeee, mas pelo menos é em inglês, ó, ó!

Senti que ele balançou ante a informação, percebi um lampejo de respeito nos olhos dele... que durou alguns segundos, até que ele veio, olhou a página que eu estava lendo e disparou:

- O que é "choked"?

Eu, sem nem olhar pra frase que ele apontava, depois de ver muitos "shocked" no livro:

- Chocado, ué.

Ele, triumfante:

- Não é, não! Esse é com C!

- Ah, então não sei. Mas não faz a menor diferença.

- Ha ha, tá entendendo tudo, né?

Sem loção. A propósito, "choked" significa, entre outras coisas, "engasgou". Agora eu já sei que naquela hora o personagem engasgou. Graças a Cunhado.


Fim de ano na Bobo

Além de ler o Harry, vi TO-DOS os especiais de fim de ano da Globo. Todos tremendamente mais ou menos, já estava até começando a achar o tal de "Os amadores" o melhorzinho, até que vi o "Toma lá, dá cá", do Miguel Falabella. Chorei de rir, ainda choro lembrando e, mais um vez, preciso me render à capacidade de fazer humor deste homem. Ele precisa parar de escrever novelas e fazer só especiais para sempre. No mais, alguém precisa ficar logo com esse tal de Mário pra Globo parar de fazer o especial. Pelo amor de Deus. A história gira em torno de um palhaço com P de pra caralho que acha bonito passar o rodo, mas que finge ser atormentado falando coisas como "preciso encontrar a mulher da minha vida e quem será ela que nunca encontrei e bla bla bla bla". Eu não mereço ficar assistindo uma coisa dessas. Vamos apresentá-lo pra uma Patty-Tatty-Lu e resolver logo isso.

Vi também minha novelinha querida Lama Gêmea que foi um fervo essa semana. Eu lá sorvendo cada cena quando Pentel, placidamente, a música de abertura tocando, solta a pérola:

- Pentel... essa música do Fábio Jr. é assim: "duas forças que se atraem sonho lindo de viver"... não é?

- É...

- Pois é, mas eu sempre entendia: duas COXAS que se atraem, sonho lindo de viver... e achava aquilo uma baixaria tão grande! Até que eu percebi o que realmente era.

O melhor é a gente tentando entender o virundum!


Palhaços da terra

Eu e Pentel fomos comprar uma torta para o mesário de MiniPentel e, andando na rua procurando mais uma confeitaria (não satisfeitas em conseguirmos uma confeitaria na Região dos Lagos com váaarias opções de tortas, ainda queríamos... mais uma! Que pícaras sonhadoras), um calor absurdo, uma sede mais ainda, passamos por um nativo e ele soltou a pérola:

- Essa época do ano é boa porque as bonecas saem tudo das vitrine.

E os palhaços estão todos de férias do circo.

Fim

Esse ano, novamente a luz acabou, mas, como não tínhamos nenhum exemplar da família Chata querendo ver o KLB no show da virada, ninguém ficou triste. Algumas pessoas legais lembraram de mim e me ligaram. Eu nunca ligo pra ninguém nem no natal, nem no reveillon, nem nunca, porque eu sou quase o Shrek. Essa é mais uma razão pra eu não ter nenhum amigo, ou acreditar fervorosamente que não tenho, para manter meu diferencial. Mas, como em 2005 em já parti rumo à aproximação com o populacho e passei a gostar de Harry Potter, quem sabe em 2006 eu admita que sou uma pessoa fofa, praticamente a Hello Kitty, e passe a ligar para as pessoas e ser até uma pessoa gentil? É ver para crer.

Pós sol

Eu com armas e bagagens hoje me preparando para voltar para o Rio, Mamãe Joselita grita lá da varanda:

- Fernanda, quando você chegar lá passa na farmácia e compra um Dove pós sol.

- Pra quê?????

- Pra conservar a sua cor.

Minha cor = um branco escuro que é o máximo de bronzeado a que eu sou capaz de chegar após sete dias de sol senegalês castigando o corpo.

- Não, mãe, sem condições. Não vou ter saco.

- Fernanda! É um sabonete! Banho você vai ter que tomar!

- Não, não vou ter saco é de passar na farmácia. Nem pensar.

Pobre Mamãe Joselita. Ela esquece que, pra essas coisas, ela pariu praticamente um machinho. A minha "cor" pode durar apenas até amanhã, pra que meus colegas vejam e guardem na mente que existe alguma melanina em mim.



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