Aventuras odontológicas
Por que dentista insiste em tentar fazer QUALQUER COISA em mim sem anestesia? Será que não dá pra entender que só de entrar naquela salinha de torturas Jogos Mortais IV eu já começo a tremer e babar de dor? Eu odeio a anestesia em si, mas sem ela o cara não devia nem chegar perto de mim. Nem me dar bom dia. Nem me olhar. Mas não. O denteiro chega e diz "não vai doer não". E espera que eu acredite. Possivelmente ele tinha razão e a agulhada doeu mais que o procedimento, mas não importa, véi, o lance é se entorpecer e ser feliz. Dá certo sexta, sábado e na odontologia.
Claro que, pra se vingar de mim, agora eu estou com um filhote de mamute dentro da boca. E quando eu falo que está alto, ele sempre diz que tudo nos dentes incomoda, até um fio de cabelo incomoda. Um fio de cabelo. Que nojo.
Acho digno eu passar agora algum tempo sem ter que ir ao dentista, pra descansar. Uns 20 anos.
Barata voadoraEra uma sexta-feira, fim de expediente. Tudo era expectativa para o fim do dia, o fim do mês, o início do fim de semana! De repente, este clima de encantamento é quebrado por um grito vindo de um ponto da sala. Repórter Descontrol levanta-se, vira o corpo num espasmo e se sacode freneticamente, bradando:
- O QUE É ISSO? QUE ISSO??? ABSURDO, QUE ABSURDO, MÁGICO!
Pelo final da frase, percebi, então, que o problema era com o Mágico de Zoss.
- O que houve? - pergunto eu.
E Repórter, indignada:
- Ele jogou uma BARATA em mim!
E sai correndo da sala.
Peraí... como alguém taca uma barata na pessoa? Pois é. Testemunhas relatam que Mágico estava arrumando uma coisas, quando encontrou um cadáver de barata no meio dos papéis (notem que ele não devia arrumar isso desde a Copa de 82). A reação dele foi "jogar a barata longe", sendo que o "longe", no caso, foi o pescoço de Repórter. Mágico é uma pessoa sem noção.
Dez minutos depois, Repórter ainda não tinha voltado pra sala. Já achávamos que ela tinha ido embora pra sempre, pra um lugar onde não houvesse baratas ou não houvesse Mágicos, quando ela apareceu de volta.
- Absurdo, absurdo! - a pobre embaratada ainda gritava.
Depois pegou a lata de lixo onde foi parar o cadáver e saiu mostrando pra todo mundo:
- Olha aqui! Olha aqui! Era uma barata mesmo! De verdade!
O pior é que era mesmo. E das grandes. Não era francesinha, não, era barata de macho.
Reflito muito sobre o que eu faria se me jogassem baratas mortas.