terça-feira, fevereiro 26, 2008
Bizarrices que eu seiEu canto. Eu até baixei pra colocar no Mp3. Gostava quando tocava na novela. Mas eu preciso dizer uma coisa que está me sufocando, presa no meu peito desde a primeira vez que eu prestei atenção na letra. ESSA MÚSICA É CRETINA! Sim. Agora me sinto muito melhor. Quase como quando eu mato uma barata. Oi? Ah, tá. Estou falando de “Coisas que eu sei”, da Danni Carlos. Quando ela começou a tocar na novela, nos momentos em que a Débora Falabella sonhava com o Lázaro Ramos, eu juro que tentei encontrar um sentido nas coisas que ela sabia. E acho que tentei até outro dia, quando finalmente desisti. Vejam: Eu quero ficar perto De tudo que acho certo Até o dia em que eu Mudar de opinião (Até aqui, tudo mais ou menos bem. Ficar perto, acho certo, até o dia em que mudar de opinião, OK, as coisas estão em constante mutação, vamos em frente)A minha experiência Meu pacto com a ciência (Opa. Peraí. Pacto com a ciência? Como assim pacto com a ciência? Que pacto é esse? Ela é pesquisadora? Ela quis dizer conhecimento? O que tem a ver a ciência com o perto de tudo que acho certo? Tô confusa)Meu conhecimento É minha distração (Esse conhecimento deve ser por causa do pacto que eu ainda não entendi. Ela lê uns livros e se distrai)Coisas que eu sei Eu adivinho Sem ninguém ter me contado (Acho que tudo na verdade tem a ver com o tal do pacto, porque olha aí, ela já está até adivinhando as coisas. Quem faz pacto fica assim mesmo, sabão)Coisas que eu sei O meu rádio relógio Mostra o tempo errado Aperte o play (Ai, meu pai, que agora enrolou tudo de vez. O rádio relógio dela é maluco. Está no horário de verão ainda. Acerta ele, ô doida. E esse rádio relógio tem play. Se tem play, não é só rádio. É um tocador de CD também? Toca-fitas não é, porque fita cassete não existe mais. Aliás, e rádio relógio? Ainda existe fora dessa música?)Eu gosto do meu quarto Do meu desarrumado Ninguém sabe mexer Na minha confusão (Ah, olha aí uma coisa legal. Ela gosta do quarto, do desarrumado, é uma coisa muito dela, muito particular, assim, psicológica. Bacana. Só não sei o que tem a ver com o pacto lá de cima. Não consigo esquecer aquele pacto)É o meu ponto de vista Não aceito turistas Meu mundo tá fechado Pra visitação (Que divertido)Coisas que eu sei O medo mora perto Das idéias loucas (O medo mora perto das idéias loucas. Deve ser porque se a pessoa tem uma idéia maluca ela deveria ficar com medo, porque, sei lá, pode cometer um ato assim muitcho loco. Pode até fazer algum sentido, mas vem cá... Diz se não é um monte de reflexões amontoadas aleatoriamente numa letra de música, sem nenhum link?)Coisas que eu sei Se eu for eu vou assim Não vou trocar de roupa (Ah, gente, pára. Se ela for aonde? Ela vai assim como? Eu tenho que toda hora ficar adivinhando o significado das coisas? É uma metáfora a cada linha? Eu também tenho que adivinhar as coisas sem ninguém ter me contado?)É minha lei (Tá, tá. Que seja. Vou já já assumir que tudo isso é a sua lei e parar de tentar entender)Eu corto os meus dobrados Acerto os meus pecados Ninguém pergunta mais Depois que eu já paguei Eu vejo o filme em pausas Eu imagino casas Depois eu já nem lembro Do que eu desenhei (Vozes. Vozes desencontradas cantando na minha cabeça)Coisas que eu sei Não guardo mais agendas No meu celular Coisas que eu sei Eu compro aparelhos Que eu não sei usar Eu já comprei (Temperam a salada dessa gente com cachaça. “Não guardo mais agendas no meu celular”??? “Eu compro aparelhos que eu não sei usar???” Isso tá pior que o vendedor de flores da música da Ana Carolina)Às vezes dá preguiça Na areia movediça Quanto mais eu mexo Mais afundo em mim Eu moro num cenário Do lado imaginário Eu entro e saio sempre Quando tô a fim (Quanto mais a gente mexe, mais a música afunda. É o próprio bla bla bla Whiscas Sache)Coisas que eu sei As noites ficam claras No raiar do dia (Que bonito isso... Chico deve estar se rasgando todo por nunca ter escrito uma frase tão carregada de significado, olha só, que “as noites ficam claras no raiar do dia”. Chega meus olhos se enchem de lágrimas)
Coisas que eu sei São coisas que antes Eu somente não sabia Agora eu sei (Ela sabe por causa do pacto. Tenho certeza de que esse pacto é a chave de tudo)... Melhor apertar o stop em vez do play.
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quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Ainda sobre sobre MiniPentelTutti chegou na família Sem Loção uns dois anos antes de MiniPentel. Então vocês imaginam o que foi pra essa pobre lingüicinha preta quando ela teve que dividir o espaço da casa com um bebê que, na cabeça da cã, francamente, não tinha a menor necessidade de estar ali. Então Tutti não é muito apegada a minha sobrinha. Não que ela morda, nem nada, não é como a Sassá, que chegou uns 15 anos antes e a gente teve que explicar pra MiniPentel que ela "é bravinha, ela morde", porque ela morde de ver-dá-dia. Mas Tutti não. Tutti apenas foge quando MiniPentel chega perto. Porém... outro dia MiniPentel se aproximou de Tutti, ficou um tempão fazendo carinho e nada da bichinha fugir. Fiquei olhando pasma e comentei: - Gente, olha só. Tutti está ali um tempão deixando MiniPentel fazer carinho. - É, ultimanente a Tutti tem deixado sim, foge bem menos. - disse Pentel. - Que legal... Ao que Sem Loção entra com uma singela explicação: - Isso porque agora a MiniPentel está bem menos ESTÚPIDA. Que meigo. Sério mesmo. Estar bem menos estúpida é um baita elogio. E um dever de MiniPentel. Afinal, Babycitos chegou primeiro e aguenta estoicamente as investidas de Baby Monstro. Adoro essa família Joselita Monstro Sem Loção.
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terça-feira, fevereiro 19, 2008
Contos de MiniPentelPentel levava MiniPentel de carro pra casa. De repente, o rádio parou de funcionar. Ela, superconcentrada na direção, nem percebeu, mas MiniPentel, que nada deixa escapar, disse: - Mamãe, a música parou. Elas tinham acabado de entrar no túnel, mas Pentel estava tão distraída que nem se tocou. A primeira coisa que lembrou é que o rádio do carro andava com um mau contato - logo, devia estar com defeito. Então começou a freneticamente apertar vários botões, olhos vidrados, enquanto reclamava com MiniPentel: - Pois é, filha, esse rádio está uma droga, vive dando problema, não sei o que é... E toca a mexer no rádio sem sucesso. Até que MiniPentel, timidamente, falou: - Mamãe. Acho que é problema de TÚNEL. Silêncio estarrecido. - É, MiniPentel... você tem toda razão. Três anos de idade, cara. Três anos. Ela não só observa as coisas, como pensa, como já sabe dizer qual é o problema que o adulto não viu. Se eu tivesse encomendado essa menina, não viria tão indigestamente genial.
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quarta-feira, fevereiro 13, 2008
DraminhaAmiga nossa do trabalho contava outro dia a saga de um amigo dela recém-casado que acaba de se separar da mulher. O cara está desesperado e ela relatava os detalhes da história: pra segurar a onda do amigo, falou por telefone, depois levou pra casa dela, ela e o marido hooooras gastas tentando acalmar o sujeito, que, desesperado, falava em morrer, depois em matar, depois em morrer de novo, um drama sem fim. Todos acompanhavam sensibilizados a história. Minha amiga disse que saiu pra trabalhar naquele dia e que perguntou se o cara queria ficar na casa dela, pra não ter que voltar pro apartamento em que morava com a mulher naquele momento de dor. As pessoas são mesmo muito fofas. Mas o cara não aceitou, preferiu voltar pra casa dele assim mesmo e foi embora. Aí Vida Light, a estagiária, que tudo ouvia calada, disse simplesmente: - Ainda bem que você se livrou dele. Vai que ele resolve se jogar da janela da sua casa? Ainda ia arrumar um problema pra você. As pessoas são mesmo muito fofas. Vida Light é das minhas.
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domingo, fevereiro 10, 2008
Serviçais* sem loçãoOntem fui na Roda Skol. Kátia Lisa colocou um terror dizendo que eu tinha que chegar lá às 19h. "Não é 19h10, 19h12... é 19h!", disse ela. Porque os ingressos tinham sido comprados pela internet e deveriam ser resgatados com uma hora de antecedência. Então tá, né? Resolvi pegar um táxi pra chegar na hora. Obviamente saí atrasada de casa uns 10 minutos. Eu estava em cima da hora - e uma pilha. Católica apóstolica romana que sou, odeio me atrasar. Chego no ponto e praticamente me jogo dentro do táxi. Velocitá! Velocitá! Eu gritava na minha cabeça igual ao Meu nome não é Johnny. Depois do porco com drogas, passei a me identificar muito com ele. O motorista era um velhinho e demorou HORRORES pra entrar no táxi. Eu nervosa, já. - Moço. Estou indo ali pro Forte de Copacabana. Praquela Roda Skol. O velhinho, sem começar a andar: - Você tem coragem de ir naquilo? Ai, minha nossa senhora Dona Redonda, protetora dos bebedores de cerveja. - Tenho. E preciso estar lá às 19h. Tipo. Pára de falar e corre. É isso. O carro anda um pouco. O motorista fala: - O tempo não está bom. Deve estar uma ventania lá em cima. Moço, anda. Foco no caminho. - Pois é. Mas o tempo não anda muito bom, né? Então... O carro anda mais um pouco. Começa a chover. Aí o cara pira: - Peraí... está chovendo! Você vai numa roda gigante assim? Chovendo??? Não, vou passar neste momento um fax pra São Pedro pedindo pra ele parar com a palhaçada. Olha, eu devo ter feito mega hair com os cabelos de Maria pra merecer essas coisas. Pelo menos, cheguei lá na hora. Eram 18h58. Juro. ++++ Outro serviçal sem loção: o barman de um dos pontos de bar do Bar da Roda. Pedimos uma cerveja de garrafa e três copos. Ao que o sujeito, um pirata do Caribe fajuto (sério, gente. Só vendo pra acreditar. Ele tinha cabelo preto e bigode de Johnny Depp, mas depois da enchente, claro), vira e fala: - Três copos? Vai dar uma gota pra cada um. Alguém perguntou alguma coisa? O melhor é que no fim da noite a cerveja de garrafa ACABOU. Na bar da Skol. É o cúmulo do mico deixar cerveja acabar num evento de cerveja. E o piratas do Caribe tirando onda. Queria ver se todo mundo resolvesse beber de verdade. Ele ia ter que tirar a cerveja lá do fundo do mar. *serviçal - definição do dicionário: aquele que presta serviços.
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terça-feira, fevereiro 05, 2008
AlalaôPra falar a verdade, eu odeio Carnaval. Não que eu não goste de samba. Não. Hoje em dia eu sou uma pessoa do samba, já falei. Também gosto dos desfiles, acho legal ficar acordada até tarde, caindo de sono, só pra ver a Portela desfilar. Torço pra Portela desde criança, mesmo sem nunca ter visto a escola ganhar um título sequer (o último foi em 84, eu tinha sete anos, infelizmente não lembro). Logicamente, gosto também do fato de ser feriado. Ficar cinco dias em casa, assim, só porque é Carnaval, é bichinho de Deus. Gente, eu gosto até de bloco: quando me proponho a ir, me divirto, canto, sambo, juro. O problema é que, nessa época, o Rio de Janeiro é todo um grande bloco. Então, quando a gente está simplesmente andando de um lado pra outro, sabe, passando, está obrigatoriamente dentro do bloco. É gente fantasiada por todo lado, gritando, apitando nos seus ouvidos, esbarrando em você, lerdando na sua frente. A gente tem que andar pela rua, porque na calçada tem batucada e você vai levar uns três meses pra conseguir passar. O metrô está sempre cheio, sempre, seja a hora que for, e cheio de gente sem noção, que senta se encostando suada em você. E gente bêbada, claro. Como eu fui esquecer desse detalhe? Não venham me dizer que sair do Rio é a solução. Viajar no Carnaval daria outro post. As estradas estão lotadas, um trânsito do capeta doido. Tudo custa o dobro do preço, ir pra Búzios custa o valor de uma viagem internacional. E o resto da Região dos Lagos fica impraticável. Tô fora. Eu tenho um sonho. Um dia, tudo isso vai se acabar e eu vou voltar a ir pra Mariuzinn dançar hip hop e funk até o chão. E vou ter companhia, porque as pessoas não passaram o dia inteiro no bloco. Quero muito, inclusive, sair pra sambar. Em algum lugar que tenha teto, ar-condicionado e banheiro. Com trancas e muitas, muitas casinhas. Tenho quase certeza de que esse dia está pra chegar.
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sábado, fevereiro 02, 2008
Meu nome não é JohnnyNão sei se já comentei isso aqui, mas eu tenho uma coleção de porquinhos em casa. Já que eu não posso ter um porco de verdade (na verdade, não sei direito por quê), tenho cofrinhos de todo o tipo, bonequinhos, ímãs, de pelúcia, enfim, de tudo quanto é jeito. Eles já são em grande quantidade, porque, quando as pessoas não sabem o que me dar de presente, dão porcos. E eu sempre adoro. Além de ganhar de presente, também compro quando acho algum bonitinho. E quando viajo, é obrigatório comprar um porco de lembrança. Ema ema ema, cada um com seus problemas. Nessa viagem pra Natal, quer dizer, na verdade, no dia em que fomos a Pipa, passamos por uma loja de artesanato fofa e tinha justamente um porquinho azul na vitrine, com um cartaz "me leva pra casa, Fernanda" penduradinho no focinho de tomada. Azul. Acho que o material é papel machê. Diferente e um pouco maior que os meus outros, não era um cofrinho: era um enfeite de porco. O problema é que estávamos correndo porque o capeta do ônibus já ia sair, então pedi pro vendedor o porco, ele colocou numa caixa. Passei a mão no embrulho, paguei e montei no porco, quer dizer, fui embora. Quando fomos arrumar as coisas pra voltar pro Rio, resolvi tirar o porco da embalagem, que de tão grande não ia caber na minha bolsa com caixa e tudo. E aí eu notei que dentro dele tinha alguma coisa. Balancei. Talvez um monte de papel amassado solto lá dentro. Sei lá. Mas não tinha como saber, porque ele nao tem um buraco, só destruindo o porco, ou voltando na loja do moço a 90km de onde estávamos. De repente virei pra Ana Pôla e perguntei: "Ana, e se forem drogas? Como eu vou explicar pro tiozinho do raio X que eu comprei um porco com coisas dentro sem saber o que eram?". Ana ficou rindo da minha cara, dizendo que eu era Fernanda mula, carregando um porco com drogas, mas eu não achei engraçado. Eu ia passar por dois raios X, porque o vôo era com conexão. Quase larguei o troço no hotel, mas fiquei com pena por causa do cartaz "Me leva pra casa, Fernanda". E pelos 25 reais que paguei nele. Taquei dentro da bolsa. Fernanda mula. Era só o que me faltava. Bom, passei com o porco e agora ele esta lá, junto com os primos. A questão é que ele ainda tem coisas dentro que eu não sei o que são. E se for uma mandinga ruim pra atrasar a minha vida? Ai, cacetinos. Pode ter um ser vivo lá dentro. Um sapo zoiudo com a boca costurada. Ou uma pata do macaco. Pode ser uma pata do macaco.
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