quarta-feira, agosto 31, 2005
O post da ROUBADASegunda-feira, estava eu largada no sofá, vendo TV, descansando minhas olheiras e meus macaquinhos do sótão, ni qui toca o telefone. O telefone fixo, não o celular. E toda vez que toca o telefone fixo aqui em casa é uma celeuma: ninguém atende. Minha mãe porque ignora. Meu pai porque, sei lá por que cargas d´água, acha que eu tenho que atender. E eu porque sei que nunca é pra mim, já que meus amigos me ligam pra celular. E, como eu desejo estar calada, não quero falar com ninguém que não esteja me ligando. Meu pai, que sempre perde a briga e acaba atendendo, veio me dizer que era pra mim. Rapidamente, escaneei minha mente em busca do mala que poderia estar interrompendo meu sagrado descanso em frente à televisão. Cheguei à conclusão de um nome e, já pensando no que ia dizer, atendi. - Alô. - Alô, Fernanda? - Eu. - Nunca tinha ouvido aquela voz. E não era telemarketing, porque não me chamou de Dona Fernanda. - Quem está falando é um amigo da sua tia. Ela me deu seu telefone. Medo. A minha tia a que ele estava se referindo é aquela tia maluca, doida, que é doidaralhaça de verdade, pra valer seriamente. Aquela que veio aqui outro dia, abriu a caixa de remédio fechada da minha mãe e pegou um comprimido. Essa. Resumindo a história: ela reencontrou o sujeito num forró. Ele tinha namorado uma amiga da minha prima, mas eles terminaram e o cara estava meio deprê. Aí, ela achou de dar o meu telefone pra ele. Minha tia é doida MESMO! Liguei pra ela pra entender a história e ela disse que ele era lindo, ótima pessoa, lindo, tinha 29 anos, lindo. O cara disse que ia estar no Rio (ele mora em outra cidade) no dia seguinte e que, se eu quisesse marcar algo, pra ligar pra ele. E o pior é que eu liguei. Liguei. Tinha a maior cara de roubada, mas eu liguei. Como eu ia poder viver o resto da minha existência sem saber se o cara era tchutchuco mesmo ou não? Eu já estava cheia das bolhas da curiosidade! Então marquei de ir tomar um chopp depois do expediente. E, às 19h, lá estava eu a caminho do meu primeiro blind date desde 1995. A última vez que me arrisquei assim foi na época em que as pessoas se conheciam pela internet e marcavam encontro antes de trocar fotos. Mais ou menos há uns 255 anos. Pior de tudo é que ontem eu estava um caco, mas um caco pintado, em cima de uma sandália de salto que eu sou um caco muito elegante. Fui pensando no belíssimo post que isso iria render. Chegando lá, me deparo com um sujeito até bonito, mas não lindo. Sentei, tomei dois chopps e vim embora pra casa, me perguntando até que ponto a curiosidade pode levar um ser humano e quanto tempo a minha pobre tia tresloucada vai levar pra desistir de arrumar um namorado pra mim.
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domingo, agosto 28, 2005
Paviozinho tão curtinhoExiste algo pior que assistir a uma reunião em silêncio, balançando a cabeça pra cima e pra baixo que nem cachorrinho de rodoviária: ficar falando baixinho tempo todo, pra ninguém. Com mil ratos mortos, há que se ter paciência! Sexta-feira eu com um combo de coisas pra fazer e tive que ficar a manhã inteira parada que nem poste de rua numa reunião. Estava conformada com a minha sorte triste, mas a tiazinha do meu lado achou de participar falando meio que pra ela mesma, meio que pra algum amigo imaginário. Ela interagia, completava o pensamento dos outros, mas não para todo o grupo, e nem pra mim, que estava do lado dela, porque ela não é minha amiga. Ela ficava falando sozinha. Que agonia! Eu tenho um medo de gente louca que me pélo toda. E o pior é que eu sou a única pessoa lúcida que restou no mundo todo, TODOS os outros enlouqueceram. Então imaginem o quanto é difícil viver.
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quarta-feira, agosto 24, 2005
Piercing novamenteHoje eu dei uma afastada no cabelo perto de um sujeito do trabalho e ele viu meu piercing. E falou: - Ui, isso deve doer. Nunca nenhum homem admitiu pra mim que acha que piercing dói. Bom, na minha opinião, dói mesmo. Quer dizer, pra fazer, não normalmente, do nada. A não ser quando está inflamado. MOMENTO MEMÓRIAEstava lendo o post de um ano atrás e eu contava de quando fui limpar meu piercing que inflamou e da dor que eu senti. Eu festejava a jóia nova que tinha colocado e prometia que ia limpar pra sempre todos os dias com anti-séptico. Será que eu fiz mesmo isso? Reflitam. ....... Claro que não, povo de muita fé! Assim que ele desinflamou eu larguei no limbo atemporal e ele, no início desse ano, inflamou de novo. É um foco de infecção esse troço. Dessa vez a coisa não estava tão feia e eu só tirei, limpei eu mesma toscamente com Merthiolate da Ana Maria Braga (aquele que não arde) e coloquei um novo. Dessa vez, de ouro branco. Vai que a minha orelha é fresca e gosta de materiais caros? Até agora, tem dado certo. Tá vendo, cara? Eu nasci pra ganhar na Mega Sena, largar a vida ruim e só usar do bom e do melhor. Ouro branco. Pedras preciosas. Mariola e doce de leite todos os dias. Aí, sim.
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BusOdeio quando pessoas nada a ver tentam decidir a minha vida por mim. Querem ver como é? Hoje, passou o meu ônibus cheio, sem lugar pra sentar. Todas as pessoas no ponto (claro, porque todo mundo tinha que querer justamente AQUELE ônibus) se jogaram como loucas em cima do veículo. Eu, mais esperta do que todas as coca-colas do deserto, estiquei o pescoço e vi que vinha um mais vazio bem atrás. Então dei sinal pro de trás. Mas aí o motorista nada a ver decidiu que não tinha nada a ver eu querer escolher em que ônibus eu ia e que eu tinha que pegar era o cheio mesmo. Resultado: foi embora e não parou pra mim. AHHHH, QUE RAIVAAA! Ainda bem que, apesar de pegar ônibus, eu não moro assim tão mal e tenho váaarias opçães pra chegar na minha casinha. Peguei um terceiro, mas também sem lugar pra sentar. Logo hoje que eu fiz unha francesinha e estou tão mulherzinha e delicada. Uma dama. Nem parece eu. Tendo que chacoalhar no coletivo. Injusto! Eu nasci pra Mega Sena! Minha orelha carrega um piercing de ouro branco! Pô.
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segunda-feira, agosto 22, 2005
Alô, criançada!Outro dia, eu estava contando pra minha irmã que o Bozo (ele mesmo, o palhaço bizarro da nossa infância) esteve na última festa Ploc e ela se lembrou de uma história que muito a traumatizou. - O Bozo é responsável por um dos maiores micos da minha vida - declarou. Meu coração logo palpitou. Teria Pentel ligado para o Bozo e sido esculachada por ele via Embratel? Teria ela cometido o grande erro de não apostar no Malhado no Bozo Corrida, quando qualquer criança sabia que o Malhado sempre ganhava? O que teria acontecido? Mas não era nada disso. Ela me explicou que, certa vez, estava jantando na casa de uns amigos e uma menina da família estava namorando o Tim Rescala. Sacam Tim Rescala? Compositor, arranjador, pianista, autor teatral, ator... o sujeito é mega cult, assovia, chupa cana, canta, dança, sapateia. E no tal jantar o assunto da moda era o Tim. Era o Tim pra lá, o Tim pra cá, Tim isso, Tim aquilo... Minha irmã, até então calada, teve a triste idéia de interagir justaNente naquela hora: - O Tim Rescala era aquele que fazia o BOZO, né? Silêncio sepulcral. Quando Pentel percebeu que a mudez de todos se prolongava por mais tempo do que seria o normal, o detector de merdas na cabeça dela acendeu e começou a gritar: "falou merda, falou merda, merda, merda, tu tu tuuu". Até que alguém resolveu se pronunciar. A mãe da tal namorada do Tim disse: - Não. O Tim Rescala nunca fez o Bozo. No que minha irmã acabou de me contar isso, eu, às gargalhadas, perguntei: - Cara, mas de onde você tirou que o Tim Rescala já fez o Bozo? Ela me olhou e eu de repente me toquei. - Peraí... ele FEZ o Bozo? Então fomos procurar no Google, o verdadeiro Pai dos Burros, aquele que tudo sabe. Digitamos "Tim Rescala"+"Bozo" e apareceu "Tim Rescala, o Bozo carioca" blá blá... Ele já foi Bozo! E, gente... ele é a CARA do Bozo! Não precisa nem se maquiar! Pentel injustiçada tinha razão, a pobre. Se bem que algumas coisas a gente não diz, ainda que sejam verdadeiras... OBS: Eu me controlei pra não fazer nenhuma piada amarela com Tim Rescala x TIM operadora de celular. Que não seja nenhum de vocês a me dar esse desgosto. Pó pará com a palhaçada.
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sexta-feira, agosto 19, 2005
SÃO PAULO EXPRESSOHoje fiz uma pequena viagem relâmpago. Fui até São Paulo fazer um curso. Chique no úrtimo, né? Parece até coisa de executiva. Ha, pícaros sonhadores. Mas executivo não tem que acordar 5 horas da madrugada pra viajar porque o vôo mais barato era o de 6h50. Pobre é foda! Na próxima encarnação, vou ter um jatinho só meu. FantasmagóricoAlém de acordar nesse horário desumano, ainda cheguei lá cedo e tive que ficar sentada, criando raiz nos pés e limo no resto do corpo, esperando o curso começar. Quando passei pela recepção do prédio, fui recebida pelo primeiro porteiro fantasma da minha vida. A placa dizia "identifique-se na recepção", mas, àquela hora, nem às moscas o lugar estava, porque as moscas estavam dormindo em suas mini camas fofas. Então fui entrando, até que uma voz do Além bradou: - A senhora está indo para a Aberje? Olhei para um lado, para o outro, para cima, para baixo, e não vi ninguém. Apesar de quando eu era pequena as empregadas me assustarem dizendo que quando alma do outro mundo chama a gente não responde, eu assumi o risco e disse: - Sim... E a Voz: - Décimo segundo andar. Sobrenatural. Coisas estranhasO porteiro do limbo não foi a única estranheza que eu vi em São Paulo. Tem coisas que você só vê lá mesmo, tipo, um outdoor escrito: "aprendar a criar avestruz". Fiquei lendo o resto do texto procurando onde estava a piadinha, mas não encontrei, porque era sério: tratava-se REALMENTE de um outdoor incentivando a criação de avestruz. Como assim? De resto, passei um dia divertidíssimo tendo aula com um baiano engraçado. Quando ele citou que nas empresas 25% do público é composto pela chamada gente dumal ou pig spirit, eu não pude conter a gargalhada. Eu tinha acabado de aprender o termo que ele usa pros pélas sem loção que pélam a minha vida. Foi emocionante. TáxiNa volta, peguei um táxi com um motorista dublê de analista político. O cara até que não falava bobagem, não. Desenvolveu uma teoria bastante interessante sobre quem deveria julgar os políticos corruptos. No meio da explanação, eu pensei: "estou cansada. Ia ser engraçado se eu dormisse". E então, como que por encanto... EU DORMI MESMO! O homem falava, falava... Fechei os olhos só pra descansá-los e acabei sonhando com um e-mail que um funcionário do RH estava me mandando. Hã! Acordei tão assustada que acho que vou pro curso de lisinha amanhã virada. AeroportoO saguão do aeroporto em São Paulo sexta-feira às sete da noite é a visão do portal do inferno. Toda a turba desvairada e enlouquecida só pensa em uma coisa: sair da cidade! E aí você vê de tudo. De gente tomando chopp antes da viagem (ainda bem que avião não tem - e nem pode - que parar no meio do caminho pras pessoas fazerem xixi), passando por um louca na fila perguntando se não tinha uma fila menorzinha pelo-amor-de-Deus-deixa-eu-ir-também-praquela-que-não-tem-que-despachar-bagagem-mesmo-eu-tendo-esses-trinta-quilos-de-malas-e-sendo-eu-mesma-uma-mala, até a mulher da TAM me dando às 19h10 um bilhete de embarque às 18h59 sem me avisar que o vôo estava atrasado e me fazendo correr por todo o aeroporto até descobrir. Um dia eu morro disso, tenho certeza.
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terça-feira, agosto 16, 2005
Datas comemorativasPapai Joselito é Joselito até no dia dos pais. E Filha Joselita também é Filha Joselita até no dia dos pais. Domingo passado, a Família Monstro toda reunida, eu sentada no braço do sofá, Pentel e mini Pentel na outra poltrona... Pentel contando que tinha saído uma notícia no jornal errada. - Aqui diz que na minha rua não tem lançamento imobiliário há cerca de 10 anos. Mas o meu prédio tem sete anos. Papai Joselito arremata: - Se a sua mãe fosse jornalista, ia sair tudo pior ainda. Ela confunde tudo! Eu protesto: - Pai! Quer parar de implicar com a mamãe? Você também tem muitos defeitos. Ele, com cara de falso carente, olha pra Pentel e diz: - Viu só? "Você também tem muitos defeitos". E isso em pleno dia dos pais! Eu, paviozinho de carteirinha, a veia já saltada, os olhos vermelhos faiscantes, a baba escorrendo pela boca, praticamente uma besta em fúria: - TEM MESMO! Você implica com a mamãe de graça! E ele: - Tudo bem, então vou passar a cobrar. Sem loção.
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sexta-feira, agosto 12, 2005
Prometeu, tem que cumprir!Mel Passa o Rodo, minha amiga mais invejada porque viu de perto o Joselito, faz promessas bizarras de fim de ano. Sabem aquelas coisas que a gente planeja pro ano seguinte, do gênero "ano que vem serei mais otimista e não pensarei que as pessoas pélas necessariamente virão me pelar", "ano que vem jogarei ratos em vez de candangos mortos nos pélas" ou coisas mais concretas, como "ano que vem emagrecerei cinco quilos, meu cabelo vai crescer muitos centímetros e eu vou ficar a cara da Luma de Oliveira" ou "ano que vem comprarei um porco rosa"? Então. Em geral, são coisas que vão trazer benefícios à vida pessoal ou material e são pensadas justamente por isso. Mas Mel, que, sendo minha amiga, tinha que ser estranha, faz as promessas apenas para testar seus limites. Ano passado, ela prometeu que não usaria nada preto. Algo que pra ela é dificílimo, ela adora essa cor! E o que isso ia trazer de bom pra vida dela? NA-DA. Que nem a vassoura de aço que não varre NA-DA. Era só pra provar pra ela mesma que ela conseguia. Aí o ano acabou, ela conseguiu, e prometeu que em 2005 não ia comer chocolate. Da última vez que eu encontrei com ela, Mel estava em cólicas porque não sabia como ia fazer pra agüentar na Páscoa. Agora vejam se tem cabimento um negócio desses. E ainda carrega o marido junto, que segue as promessas junto com ela. Se bem que o homem que não permite que ela tire uma foto do Joselito pra amiga merece passar um sacrifício.
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segunda-feira, agosto 08, 2005
Qual é a música???Mais uma da série "lixos televisivos": adoooro Qual é a Música! E esse domingo foi dia da volta do programa ao Sbesteira. Adoro o Silvio Santos apresentando qualquer coisa. Ele é um capítulo à parte, faz diversas piadas amarelas, sacaneia os convidados, o auditório, é um velho gagá dono de uma emissora. Sensacional. Os participantes do jogo, os "famosos" (tudo do naipe do SBesteira, ex-participantes da Casa dos Artistas, atrizes das novelas toscas, músicos falidos...), quando são cantores aproveitam para tentar demonstrar todo o seu talento vocal durante as brincadeiras. É patético! Quando os caras têm que cantar um trecho de música, não perdem a oportunidade de "interpretar". Afinal, aquela é a grande chance que têm de aparecer na televisão. Chega a ser bonito de tão humilhante. Destaque para uma das convidadas cujo nome era VIÉTIA. Claro que o senil do Silvio fez questão de chamar a atenção para este detalhe grotesco e perguntou de onde vinha o nome. Ao que a moça respondeu: - É que meu pai queria fazer uma homenagem ao Vietnã. Segundos de silêncio. - Mas... ele foi para a Guerra do Vietnã? - Não... graças a Deus. Novos segundos de silêncio. A mulher, para quebrar o clima: - Mas eu não tenho nenhum irmão chamado Camboja ha ha ha Eu tenho plena consciência de que mereço ouvir algo assim num domingo à noite, porque eu poderia estar matando, roubando, vendo a HBO que estava com o sinal aberto neste final de semana, mas não, estava assistindo ao Silvio Santos. Bem feito pra mim. Destaque dois pra uma hora em que ele perguntou que país Wanessa Camargo (WC!!!) havia declarado querer conhecer nessas férias e o auditório tentava acertar: - Paris! - África! Onde fica a cordinha pra eu mandar o motorista do mundo parar pra essas pessoas descerem?
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Lama dessa semanaViram como a Evelyn cantou mal no último Lama? Credo em cruz! Nem parecia a mesma da semana passada. Escolheu uma música megabatida e fez uma apresentação sofrível. Ainda bem que ela estava imune, senão ia se lascar. Eu, hein. E o tal do Cassiano Ruim, que não foi eliminado? O público realmente tem um gosto podre. Aposto que quem vai ganhar esse Lama é o gago, querem ver? O populacho adora um drama.
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A crase malditaMãe de Joselita, Joselita é. Mamãe, mesmo sem saber que a crase na placa do elevador estava queimando meus olhos, procurou a síndica outro dia pra reclamar do erro de português. A pseudo-advogada se desculpou e disse que já tinha visto e mandado corrigir. Um dia depois, lá estava a placa, sem a crase maldita, grudada na porta do elevador. Se todos os problemas do prédio fossem resolvidos com essa eficiência...
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sábado, agosto 06, 2005
O post da agulhadaBranquim é foda! Além de passar a vida sendo apelidado do macarrão de hospital, vela, urso polar, algodão e outras coisas nada elogiosas, ainda por cima tem umas ziquiziras na pele. Ô, raça! Fui ao dermatologista semana passada por bobeira. Assim, porque eu não estava fazendo nada e resolvi fazer uma visita pra ele. De quebra, aproveitaria pra perguntar se eu poderia fazer algum tratamento preventivo pra rugas. Ah, é isso mesmo. Depois que eu estiver toda enrugada nada que não seja a faca vai adiantar muito, então é melhor começar logo. Depois da cara de ponto de interrogação que ele fez, o dotô resolveu finalmente liberar a mixaria e me passou uma receita com ácido retinóico. Quase no fim da consulta, ele perguntou: - E aquele sinal que você tinha no peito? Sumiu, né? (Miniflashback: há dois ou três anos, eu fui nele pra ver as minhas espinhas - que, graças a Deus e a ele, sumiram - e demonstrei preocupação por um sinal estranho que tinha aparecido em mim, que aumentava e diminuía de tamanho, sangrava, melhorava, mas depois voltava de novo... aquelas coisas que vêm juntas e a gente sabe que são perigosas. Na época, ele olhou e disse que não era nada.) - Não sumiu, não. Continua aqui e se comporta do mesmo jeito. Aí o sujeito olha, olha, examina com o dermatoscópio, e, como se não fosse nada, diz: - Pode ser um câncer de pele. Que legal! A primeira reação que tive foi pensar: "Ele está brincando. Daqui a pouco, vai dizer: Fernanda, isso não é nada, pelo amor de Deus!". Mas nem era brincadeira. O câncer de pele é o mais incidente na população brasileira e, na esmagadora maioria dos casos, não mata ninguém, é só tirar pra não piorar e pronto. Eu sei disso muito bem. Mas ouvir essa palavrinha mágica de um médico é fogo. Fico imaginando o que é ouvir isso quando a coisa é séria mesmo. Como só se sabe se é ou não câncer fazendo biópsia, e pra fazer biópsia tem que tirar um pedaço, é melhor arrancar logo tudo. Simples assim. Mas claro que não tão simples. Eu sou medrosa, uma pessoa que tem medo. Odeio injeção, acho que vai doer e pra mim dói mesmo. Claaaaro que tem coisa pior, mas não é nada agradável. Passei o dia anterior à microcirurgia tensa e fazendo piada. Qualquer coisa que reclamavam comigo eu dizia: - Ah, é? E eu amanhã vou tomar uma agulhada no peito e levar pontos. Ha, ganhei. A coisa em si foi exatamente como eu esperava, nem melhor, nem pior. A anestesia me incomodou como qualquer injeção me incomodaria. A retirada do sinal foi rápida e não doeu absolutamente nada. O mais engraçado foi eu achando que depois da aplicação da anestesia tinha que esperar um tempo pra fazer efeito, que nem anestesia de dente, e levando o maior susto quando a médica, imediatamente depois da aplicação, saiu metendo a faca. - Ei! Já fez efeito, não vou sentir dor? - Já, se você sentir alguma coisa, fala. Gah! Mas se eu sentir e falar, já era, porque já terei sentido a dor. Meda! Eu sou uma hipocondríaca contumaz, daquelas que, quando aparece a novíssima febre chinesa, que só dá em ursos pandas, lê os sintomas e acha que está sentindo tudo aquilo e está muito doente. Mas eu odeio médico. Odeio exame. Porque sempre que você examina descobre uma merda.
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quarta-feira, agosto 03, 2005
TIM novamenteA TIM (Dunga, Dengoso, Soneca ... bã... piadas amarelas) nunca me larga. Mas, dessa vez, a culpa foi minha. Fui num evento no Circo Voador e, quando entrei, tinha uma atendente simpaticalóide oferecendo lindos cupons para concorrer a um celular. Claro que para isso você tinha que preencher um papel com seu nome completo, endereço, CPF, tipo sangüíneo, data da última menstruação, raça do cachorro, cor do rato que você joga nas pessoas etc etc etc. Não sei se pelo frio cortante que estava fazendo, se pelo efeito da cerveja que me deixou feliz e mais gelada ainda, fato é que eu decidi que estava muito precisada daquele celular (mesmo não sabendo qual era, mesmo amando o meu, mesmo não estando disposta a trocar de número, mas... detalhes, detalhes, que são detalhes?) e preenchi toooodo o cadastro. Então, tchum, coloquei na urna maldita. Logicamente, eu não ganhei celular nenhum. Logicamente, na primeira hora do dia seguinte eles me ligaram pra oferecer um celular TIM. Segurei meu impulso de dizer "não quero falar com você não, tchau" e desligar na caaaara porque daquela vez a culpa era meio que minha. Deixei a tiazinha falar, ouvi a proposta e disse delicadamente (porque eu sou uma lady educada pelas freiras cegas que criam abelhas na Finlândia) que não estava interessada. E ela nem insistiu! Nessa hora, uma alma deve ter sido salva no purgatório de tão milagre que foi. Ou foi um milagre, ou ela subitamente achou no computador que essa tal de Fernanda era uma que desligava na cara dos vendedores e resolveu não arriscar. E assim acabou mais um round da minha história com a TIM. Claro que haverá outros, porque eles pegaram amor de falar comigo e de vez em quando me telefonam só pra matar a saudade. Detalhe: minha amiga Kátia Lisa, que estava comigo nesse dia, também preencheu o cadastro. Ela é cliente TIM, mas assim mesmo o cara ligou pra oferecer um plano supervantajoso. Lisa ficou toda empolgada e, quando resolveu aceitar, descobriu que o sujeito não queria que ela migrasse para o tal plano. Ele queria que ela passasse adiante a linha atual dela pra alguém e fizesse tudo de novo com a TIM, novo aparelho, novo número... provavelmente, ele tem uma meta a cumprir e não vale quem já seja cliente. Aí, a empresa paga esse macaco de pedir pra uma pessoa que tem TIM fazer essa ginástica toda quando ela pode simplesmente ligar pra empresa e solicitar a migração pra um novo pacote de minutos. Que papelão...
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