terça-feira, janeiro 30, 2007

O gorilão da televisão

Comentava eu com Rato Morto, a caminho do almoço, que estreou King Kong no Telecine e que eu coloquei pra gravar, pra ver depois. Porque a estréia foi sábado à noite, né, e ficar em casa vendo um gorila na TV ia ser assim meio mico. Ah, tive que fazer a piada amarela.

Mas enfim. Comentava eu isso com Rato, quando ele retrucou:

- Ah, detestei esse filme. Muito chato. Só é legal até a hora que matam o macaco.

!

- Ô, Rato, obrigada! Eu não sabia que matavam o bicho.

- Pô, Fernanda, como assim, não sabia? Como você passou a sua vida inteira sem saber a história do King Kong?

Ué, não sabia. Eu sou uma pessoa bizarra que viu ET pela primeira vez com 19 anos, Exorcista com 25... e eu não sei as histórias. É assim que eu sou.

- Não, Rato, eu não sabia. Que saco. Vamos parar de falar disso.

E aí Rato, fora de si, ensaia continuar a contar o filme:

- É, e ainda por cima tem uma hora que a fulana vai não sei onde e...

Então de forma discreta eu tento persuadi-lo a parar:

- RATO MORTO! CALA ESSAPORRADESSASUABOCA!

Nisso uma transeunte que caminhava por ali olha pra mim e diz:

- Tá certa mesmo! Eu, hein! Até eu já estou de saco cheio dessa história de King Kong!

Ha ha! Olho triunfante para Rato Morto, com uma cara de "viu, até a estranha concorda comigo", quando a louca emenda:

- Manda ele parar de falar isso e passar a noite com uma GATA GOSTOSA.

Ai, meu São Judas Tadeu, aquele das causas impossíveis! A passante errou por muito o que poderia acalmar Rato e fazê-lo parar defitivamente de falar num grande macaco. Se bem que não foi de todo inútil, porque, naturalmente, depois daquilo o nosso papo mudou de rumo.



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De luto pelo Alan Pierre

Eu gostava dele. Ele era bonitinho. Não dava pra entender direito o que ele falava, mas quem se importa? Fiquei chateada. Principalmente porque apostei 10 reais que ele ia ganhar o BBB. Agora perdi. E perdi pra uma porta (sim, o Alemão, apesar de não ser nenhum Einstein, está certo, ela é porta) que ficou repetindo aos berros: "obrigadO, pai! obrigadO, mãe! ObrigadO, sbbrubles". Dá até dor nos meus ouvidos desbaratados.



Comments: quarta-feira, janeiro 24, 2007

Formiguinha

Essa é uma daquelas histórias que parecem mentira mas que, miseravelmente, não são. Conta uma médica otorrino que, um dia, apareceu um sujeito no consultório se queixando de uma coceira estranha no ouvido:

- Doutora, acho que entrou uma formiga no meu ouvido. É que ontem eu briguei com a minha mulher e ela me fez dormir no chão. E aí acho que a formiga entrou.

Nossa destemida otorrino vai lá, armada de suas ferramentas, verificar o ouvido do cara. O que ela vê lá dentro é o inexplicável, incrível, o suprasumo da bizarrice: uma barata. Sim. Uma ba-ra-ta. Tinha uma barata dentro do ouvido dele. Aí vem a pergunta óbvia: "uma barata daquelas pequenas, de cozinha, 'francezinhas'?". Nãaao, pícaros sonhadores. Uma barata MESMO, barata, sabe, daquelas que andam pelo chão e assustam as pessoas. Barata.

Então a médica foi, pegou a pinça e vapo! Rancou a bicha de lá de dentro. Ela saiu viva ainda, se mexendo, daí o incômodo do cara.

Moral da história 1: Se alguém tinha dúvida de que pra ser médico tem que ter vocação, olha aí mais um elemento pra provar que tem que ter e muita. Eu tô fora. Ia querer tacar inseticida no ouvido do infeliz.

Moral da história 2: Da próxima vez que você, bravo leitor, for dormir no chão daquela casa de praia de dois quartos alugada pra 30 pessoas, não se esqueça de colocar um algodãozinho no ouvido. Só pra garantir.



Comments: domingo, janeiro 21, 2007

Babel, o filme do Gael



Dane-se o Brad Pitt. Dane-se o Globo de Ouro. Dane-se que Babel é um filme sensacional, o melhor que eu vi em muitos e muitos meses vendo porcarias no cinema e na TV. Nada disso importa. O que importa mesmo, realmente, é que o Gael é o homem mais lindo do mundo. E acabou. Eu rezo todos os dias pra Papai do Céu me dar um desses. Um dia, Ele ainda vai atender. Não tem aquele negócio de "peça e receberás?". Então.



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Freezing

Ontem fui fazer exposição da minha figura num lugar que tinha frozen liberada até meia-noite. A entrada ainda era de graça pra mulher. Bebida liberada + mulher VIP = tudo pra dar errado. Mas como eu não estava fazendo nada mesmo e meus amigos iam, então lá fui eu também.

A bebida era liberada de 22h até meia-noite. Aí, claro que os bêbados pensaram o quê? Vamos chegar lá 22h pra poder aproveitar ao máximo e pegar quantas frozen nosso pobre fígado sofredor puder suportar. Os mais afoitos chegaram antes de 22h, pra não correr nenhum risco. Olha, faz tempo que eu não chego em um lugar tão cedo. Tem coisas, tum, que só a bebida... o resto vocês já sabem.

Chegamos lá 22h em ponto. E o lugar só abriu 22h40. Começou bem... Fomos direto ao bar pegar a tal da frozen. Oooobviamente, havia uma turba convulsa com a barriga encostada no bar brigando por seu copinho de plástico com o líquido precioso.

Precioso? Depois da primeira luta com os bêbados ensandecidos, finalmente conseguimos as nossas frozen... cachaças. É, estávamos num bar mexicano, aí imaginamos que a frozen liberada seria marguerita, mas não, tooolo... era alguma coisa com cachaça, e devia ser a pior das cachaças. Então era uma frozen caipirinha? Não. Era uma frozen coisa-doce. Gente, sério, foi a pior coisa que eu já bebi na vida. Ah, não, teve um suco de anis quando eu era pequena... mas tirando o suco de anis, taí: a frozen coisa-doce. Era tão doce, mas tão doce, que me fez lembrar aquelas bebidas que as pessoas dizem que precisam tomar pra fazer determinados exames, de contraste, sei lá. Todo mundo que faz esses exames reclama, eu nunca fiz, mas imagino que seja igual a frozen coisa-doce. Era muito, muito ruim. E eu ainda bebi mais uma. Ia bebendo e torcendo pra dar meia-noite, pra eu poder parar de tomar aquela gosma e, finalmente, beber a minha cerveja em paz. Quando os guerreiros foram pedir a terceira, eu me rebelei contra aquela violência ao meu corpo e não fui. Entoei o mantra melhorqueficarmecasamelhorqueficaremcasa e paguei R$4,50 por uma garrafinha de Skol.



Comments: quinta-feira, janeiro 18, 2007

Um post sobre o BBB (a pedidos)

Tan ta nã nã nã... “se você pudesse me dizer... se você soubesse o que fazer...”... Pois é. O Big Brother Brasil 7 começou há mais de uma semana e eu ainda não tinha escrito sobre ele. Por que, por que, vocês se perguntam, ansiosos, com os cabelos caindo todos de nervoso? Aí eu respondo: porque está difícil de ver esse. Ô povinho chato. OK, pegação é legal, mas eu quero é conflito. Quero superpobrinhos brigando contra super-riquinhos. Quero gay reclamando de preconceito. Quero o grupo do mal versus o grupo do bem. Quero a Solange falando que o pobrema é de ucês. Rediglobo, dá pra encomendar uma polêmica, por favor? Deve ter isso em algum lugar no contrato que os participantes assinaram. Mas devia estar em letras garrafais.

Bom, enquanto a polêmica não vem, resta observar a bizarrice das pessoas. Sim, porque em todo ajuntamento de 13 pessoas, sempre estão contidos 14 seres bizarros. É uma conta muito facinha de se fazer, nem requer muita habilidade de seus Brunos e Marrones. São 13 participantes bizarros, mais o Bial que também é bizarro, então são 14 bizarros. Porque todo mundo é bizarro e meio louco. Menos eu, que sou a última pessoa lúcida do mundo.

Observem a Liane, por exemplo. A moça dentro da casa tenta ser popular e tal... mas quando o Bial fala com ela, a pobre trava. No primeiro confessionário, ele perguntou por que ela tinha escolhido uma blusa que estava usando. Era pra ajustar a voz dela àquele aparelhinho sem graça detector de mentiras, que não serve pra nada, mas a menina ficou assustadíssima: “Blusa? Essa b-blusa?”, disse, com olhos de ovo frito. Tá, mulher, só responde a pergunta, que não é tão difícil assim. Mas pior foi no dia do resultado do paredão, quando ele novamente se dirigiu a ela e disse que ela falava pelos cotovelos. Ela olhou de um jeito tão estranho e se enrolou tanto que parecia que ela não conhecia a expressão. Eu, hein. Pessoa esquisita, sabe? E sem sorte, coitada. Pegou logo o eliminado. Bonitinho, mas eliminado. Não serve.

E o Diego, o tal do alemão? Disse outro dia que a Íris era uma “porta de tão burra”, mas que seria a única menina da casa com quem ele teria alguma coisa séria (séria, ahahaha, eles pelo menos são engraçados, não se pode negar). Agora... quem é o sujeito pra dizer que alguém é burro, né? No dia do resultado do paredão, o seguinte diálogo se trava entre ele e Bial:

Bial: - Diego, você sabe qual é o masculino de cachorra?
Diego: - Cachorro!
(Isso, até aí o ajudou o Senhor. Vamos para a próxima pergunta)
Bial: - Tá, mas e em sentido figurado?
(Momento tenso de hesitação...)
Diego: - Cachorros!
...
Cacetes televisivos! O sujeito não sabe o que é sentido figurado, aí respondeu o plural. Anta top model batizada!

Finalmente, a líder da semana, Bruna olho-torto, que usa aquele bracelete que aperta as banhas, aquele que fica em cima do braço. Gente, bracelete que aperta as banhas me dá agonia. Não gosto daquilo, não. Até quem não tem banha fica com banha, aquilo é praticamente um medidor de gordura disfarçado. Mas enfim, a Amaral, um olho caído, um olho normal, em vez de dar graças a Deus que tem um sujeito querendo alguma coisa com ela na casa, tá fazendo doce com o cowboy (já teve um cowboy no BBB, né? É assim uma volta ao passado). Aí fica lá, vai não vai... até que aparece ela no colo do cara, dizendo assim: “Ahhhhhhhhh, olha só como são as coisas... eu disse que não ia ficar com ninguém no Big Brother, e agora já estou no caminho de ficar”. Como assi-nhê no caminho? O que é a pessoa estar no colo do cara, e dizendo pro próprio cara que está no caminho e não ficar? Que caminho é esse? Deve ser um caminho do mundo das olhos-tortos. Fica lá perto do Vale.

Sei que agora eles estão lá, no show do Simple Plan. Simple Quem? Agora que parou de tocar a única música conhecida, já me desinteressei.



Comments: domingo, janeiro 14, 2007

O rolo da Gêmea

Desci eu da pista 2 para a pista 1 da boate pra encontrar Gêmea da Night, ni qui a vejo toda sorridente, animada toooda a sua vida, no auge da bebedeira de três latinhas de cerveja. Que inveja, cara. OK, eu estava lá, feliz também, mas as minhas três cervejas já haviam vaporizado totalmente enquanto eu dançava. Suei toda a cachaça e estava lá, sóbria, pronta pra qualquer atividade intelectual ou motora. Podia dirigir, recitar a tabuada de sete, disputar uma partida de xadrez (se eu soubesse como fazer qualquer uma dessas três coisas, naturalmente).

Enfim, Gêmea da Night sorridente, vira pra mim e, com um olhar triufante e, ao mesmo tempo, em busca de cumplicidade:

- Olha só o que eu tenho aqui.

Abre a bolsa e me mostra. Olho lá dentro e tem... um ROLO DE PAPEL HIGIÊNICO.

...

- Gêmea, pra quê demônios você quer isso???

Ela esclarece (ou tenta, pelo menos):

- Ah, eu vi que estava acabando, aí peguei lá do banheiro.

!

- Você roubou esse papel todo lá do banheiro?

E ela, feliz:

- Sim! Agora eu tenho meu próprio rolo.

Ai, minha Nossa Senhora das Necessidades Fisiológicas... Melhor não discutir, né?

Pior é que Gêmea não mais foi ao banheiro aquela noite e voltou pra casa com o rolo de papel intocado dentro da bolsa. E está lá até agora, aposto.

Tem coisas, tum, que só a bebida faz você entender.



Comments: quarta-feira, janeiro 10, 2007

Medinhos de bichinhos

Minnie Nome Triplo falava sobre sua primeira noite sozinha no apartamento.

- Fiquei com um pouco de medo, porque eu ficava vendo o movimento no corredor lá fora, via por debaixo da porta que tinha pessoas passando... Assustei.

Nessa hora, todos tentamos confortar Minnie, dando uma força, falando palavras amigas para tranquilizá-la, sabe, do jeito que o bom colega de trabalho faz. Aí vem o Mágico de Zoss...

- Você sabe se morreu alguém lá dentro?

Anh?

- Morreu? Como assim, Mágico? Morreu por quê?

E ele explica:

- Ah, porque, no apartamento que eu moro, antes de eu me mudar, morreu um cara. E o cadáver ficou um tempão lá, esperando buscarem, esfriando...

Aaah! Mas que super-animado!

Ainda bem que aqui em casa só preciso conviver com o Onofre, meu lagartixo de estimação que agora mora atrás do meu armário. Se bem que no dia em que ele virar um dinossauro e resolver sair do armário (o mundo animal também é gay)pode ser que eu tenha que chamar Rato Morto aqui para transformá-lo num cadáver. Aí minha situação será praticamente a mesma do Mágico.

Ah, não. Coisa que tem sangue a gente não mata. Ainda mais o Onofre, quem disse que eu vou matar o Onofre? Nunca.



Comments: domingo, janeiro 07, 2007

Nojinho

Tocava na rádio a música Rosas e rosas e rosas e rooooooooosas da Ana Carolina, o mais novo elemento de enriquecimento da cantora mineira. Tem gente que nasceu pra ganhar dinheiro, chega me emociono quando penso na conta bancária dessas pessoas.

Mas voltando ao assunto, a música tocava na rádio... e eu cantava enlouquecida, porque adoro essa música... rosas, rosas, roooosas... quando Estevão Digital vira pra mim do nada e diz:

- Você sabe que essa música é a maior metáfora, né?

Metáfora? Anh? O que? Quem sou, onde estou? É bonita a aula de literatura?

- Metáfora por quê, Estevão?

- Fernanda, ela é lésbica. E diz que gosta é de rosas. Sacou? Muitas vezes são vermelhas, mas sempre são rosas.

Loading... segundos de reflexão ... e então eu posso finalmente dizer a ele...

- QUE NOJO!

E ele:

- É, né? Que nojo!

Eu e meus amigos felizes.



Comments: sexta-feira, janeiro 05, 2007

Lagartão

Outro dia apareceu aqui em casa uma novidade, um bichinho novo inesperado, um mimo com patas. Não, não estou falando de um lindo cãozinho que resolvi adotar ou da minha cã preciosa. O que apareceu aqui foi... uma lagartixa.

Cacetes do mundo animal! Fiquei olhando aquele bichinho meio perdido e pensando: “e agora?”. Bom, e agora nada. Resolvi deixá-la andar até que saísse pela janela, arrumasse um buraco pra morar, fosse embora pra convenção anual dos répteis, sei lá.

Fui contar isso pra Rato Morto. Quando eu disse a ele que ela era pequenininha, ele declarou, solene:

- Mas você sabe que daqui a pouco vira um jacaré, né?

Então ele começou a contar que apareceu uma no apartamento dele, que ficou morando com ele, ele foi deixando ela lá (exatamente como eu fiz com a minha). Aí ele foi se mudar e, na hora de carregar as coisas, ela se enfiou dentro do motor da geladeira e de lá não mais saiu. Fizeram de tudo, sacudiram o troço, bateram, e nada da bicha desentocar. No outro apartamento, um belo dia, a bicha resolveu dar o ar da graça.

- Ela estava tão grande, enorme, parecia um dinossauro. Eu sabia que a minha mãe quando fosse me visitar ia morrer de pânico, aí peguei uma vassoura e matei. Ficou uma mancha imensa de sangue no teto.

Ah! Não gostei do final da história, não. Fiquei triste, fiquei chateada. Pô, tô crente que ele ia dizer “e aí a lagartixa virou meu bichinho de estimação, peguei amor, comprei até uma coleira prateada pra passear com ela na praia”, mas não, ele matou a pobrezinha. Coisa que tem sangue a gente não pode matar. Sangue de barata não conta.

Ainda bem que a minha sumiu no dia seguinte. Se bem que ela pode estar no motor da geladeira. Ou em algum outro buraco. Vou ter que chamar o controle de zoonoses.



Comments:

Raimuuundo

Pentel, referindo-se a um conhecido nosso:

- Fulano é o maior Raimundo ...

(Ela quis dizer que ele é feio de cara e bonito de corpo, entendi isso na hora porque, adivinhem... ele é feio de cara e bonito de corpo. Ela tem razão. E falou isso por causa daquela velha piadinha da Raimunda “feia de cara e bonita de bunda”)

- ... feio de cara bonito de... quer dizer, ele é feio, assim na cara... mas é bonito de...

E ficou lá, a pobre, horas, tentando fazer a rima e me explicar.

- Tá, Pentel, eu já entendi, já entendi...

- Você entendeu? Ele é feio de cara, mas é bonito assim... quer dizer...

Ai, caceta.



Comments: segunda-feira, janeiro 01, 2007

O POST DO REVEILLON BLACK EYED PEAS

Meu reveillon foi na praia, assistindo ao show do Black Eyed Peas de graça. Depois de ter furado comigo a festinha que eu tinha preparado pra virada, cheguei a considerar a hipótese de pagar um caminhão turboman de dinheiro por uma dessas festas mega power badaladas. Mas aí Suely do Caminhão disse que ia pro show e eu pensei: “bom, se for uma merda, vou gastar assim no máximo uns 20 pães fofinhos com transporte e bebidas”. E lá fui eu.

Chegada e banheiros

Chegar lá foi tranqüilo. A primeira coisa que fiz foi checar se tinha banheiros químicos disponíveis pra saber se eu ia poder ou não beber. Aliás, na ida eu só falava nesses banheiros, tava obcecada por eles. Porque se não tivesse banheiro ia ser impraticável. Claro que pra uma pessoa que tem problema com filas, pessoas me esperando, batendo na porta e afins, não foi a coisa mais tranqüila do mundo, mas fazer o que, né? Não tinha opção.

Rave da virada

Esperamos pela virada numa rave que tinha na praia, um posto depois de onde seria o show do Black Eyed Peas. Eu. Numa rave. No meu reveillon. Dançando aquelas músicas iguais. E eu nem uso drogas. Por isso que eu digo que democracia é uma merda: como era um grupo, decidimos ficar um tempo na rave, que era o que parte do grupo queria e o resto do tempo no show.

Mas até que foi animado. Às 23 e 23, eu finalmente consegui ver a hora com número repetido. Explica-se: lá no trabalho, a gente brinca que quando olha pro relógio e vê hora com número repetido alguém está pensando na gente. O ano inteiro as pessoas falavam que tinham acabado de ver eu nunca conseguia ver a bosta dos numerozinhos iguais. Mas ontem eu bem vi! E pela última vez possível no ano. Aí pensei: agora sim, meu 2007 vai bombar! Todo mundo vai me dar mole, fato.

O show

Meia noite, contagem regressiva, feliz ano novo, ê. Agora, vamos ao que interessa: o show do Black Eyed Peas. Olha, se não valesse por nada, teria valido por ouvir ao vivo Don´t lie, Pump it, Where is the love, My humps e tantas outras músicas legais de night. Caramba, 90% das músicas que tocam em boate são do Black Eyed Peas, descobri no show.

A odisséia da volta

Meia hora depois do show acabar, lá pras duas e meia, começou a minha odisséia de volta pra casa. Ninguém queria ir embora, mas eu queria. Estava muito cansada, acabada, torrada e moída que nem café Pilão. Chovia horrores. Eu ouvia a minha cama me chamar mesmo à distância. Eu e ela temos uma conexão muito especial. Então resolvi enfrentar a turba ululante de gente e fui. TINHA que haver algum táxi ou ônibus pra eu me enfiar.

Ah, pícara sonhadora! Após quase meia hora no ponto, depois de dar sinal pra uns 427 ônibus e pra uns 54 táxis, eu comecei a pensar que talvez eu estivesse assim, quem sabe, em má situação. Os ônibus passavam lotados e nem paravam. Os táxis todos com passageiro. Tentei ligar pra uma cooperativa pra chamar um e, obviamente, ninguém me atendeu. Chovia horrores e eu sozinha, sem ter nem com quem dividir.

Antes de me entregar ao desespero, me tacar no chão e chorar, que era o que me parecia mais natural fazer naquele momento, mandei Bruno e Marrone deixarem de palhaçada e pensar um pouco. Eles se deram as mãos, fizeram uma sinpase (foi lindo) e me disseram: se os ônibus estão vindo lotados, as pessoas estão pegando eles em algum lugar mais lá para trás. Anda até lá e pega, pára você com a palhaçada. Ahhhhh, que espertos! Fiz isso, logicamente, me tremendo toda de medo de que o raciocínio da dupla estivesse errado e eu fosse descobrir isso só lá no Alto Leblon. Mas beleza, fui andando. Dando sinal que nem uma maluca pra todo ônibus e táxi que passava. Até que dei sinal pra um ônibus e, milagre! Ele parou, mesmo fora do ponto. Eu amei o motorista naquela hora. Teria lhe dado um beijo na boca, se isso não fosse distraí-lo da sua nobre missão: me levar pra casa! O ônibus estava até vazio, obviamente, sem lugar pra sentar, mas me instalei lá atrás e respirei aliviada. Acontecesse o que acontecesse eu estava a caminho de casa. Que minha cama já tava até chorando revoltada pela minha demora. Calma, caminha. Mamãe tá indo.

A parte dois do suplício foi o trânsito. Tudo inacreditavelmente parado. Mas eu estava aliviada. Estava indo pra casa. Não poderia piorar. Ah, tola. Sempre pode. Comecei a passar mal. Minha pressão despencou e eu lá, em pé. Naturalmente, ninguém ia me dar um lugar. Imagina. No reveillon, todo mundo está potencialmente passando mal depois da bebedeira. Dei um jeito de me abaixar no chão. Fiquei que nem uma louca, mas acho que estava claro que estava passando mal. Nem por um segundo ninguém me perguntou se eu queria ajuda. Pobrada insensível dos infernos.

Mas papai do céu me ama mesmo e eu comecei a melhorar. O trânsito também: passamos do ponto crítico e começou a andar. Em 10 minutos, eu estaria em casa. Acelera, piloto. Só que aí... vem a parte três do suplício: o motorista psicótico, louco, desvairado, doente da cabeça pra chuchu, resolve parar num ponto e deixar uns caras entrarem por trás. Bem onde eu estava. E era um microônibus. Em homenagem ao Big Brother 7: que começa semana que vem, eu pensei...: “Como assim, Bial???” Eu odiei o motorista naquela hora. Ainda bem que não gastei um beijo de 2007, o ano em que todos vão me dar mole, com ele. Ele nem era bonito.

A sorte é que eu estava chegando. Aí vem a parte quatro do suplício: de repente lembrei que eram 4 horas da manhã e eu ia descer em um lugar que eu tenho medo às 8h da noite, imaginem às 4. Que animado. Ia dar supercerto. Mas eu não tinha escolha e desci. Liguei o piloto automático e vim andando até em casa. Impressionante como não encontrei um ser vivente na rua. Acho que até os ratos estavam bêbados em seus aconchegantes bueiros.

Cheguei em casa com tantas necessidades básicas do ser humano pra atender: comer, fazer xixi, beber água, me tacar no sofá e de lá não sair nunca mais, tomar banho, ver os comments do meu blog, que não sabia o que fazer primeiro. Eram quase 4h30, duas horas depois de eu ter começado a odisséia da volta. Sendo que Ipanema fica a uns 20 minutos daqui.

Saldo

Pentel hoje me ligou pra saber se eu estava viva e me perguntou se eu faria tudo de novo. Faria, porque, sinceramente, eu acho até que tive sorte diante de tudo o mais que poderia ter acontecido. Valeu a pena. Mas já deu: ano que vem quero uma festinha fechada pra ficar até de manhã bebendo até cair, em um lugar com muitos banheiros e com muitas casinhas.



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