segunda-feira, agosto 30, 2004

O lenço maldito

Veio junto com O Globo um catálogo Primavera-Verão da C&A. Na primeira página, tinha colado um pacotinho, escrito que dentro havia um lenço perfumado e que era pra pegar o lenço e passar na flor que envolvia a Gisele (Bundchen) na capa. “Para entrar no clima Primavera Verão”, explicava. Dizia também que o perfume era de uma linha sbrubles que estava sendo vendido na C&A.

Boa coisa não poderia ser! Como eu não sou nada curiosa, imediatamente me enchi de bolhas e abri o tal pacote. Peguei o lenço e passei na capa. “Legal, pensei. Bem bolado, a flor que envolve a Gisele é de uma tinta que, em contato com o lenço, se apaga e revela a roupa (da C&A, óbvio) que ela está usando. Que bela idéia”. Um minuto depois, eu queria esfolar vivo o publicitário corno sem mãe que criou esta merda. O cheiro do tal perfume parecia aumentar de intensidade com o passar do tempo. Subiu um odor horrendo que me deixou COM DOR DE CABEÇA E NAUSEADA. Cacetes estampados! E olha que eu nem tenho esse problema com perfume. Deus foi muito bonzinho com a minha mãe em me fazer mais curiosa que ela. Se tivesse sido ela que tivesse aberto o tal pacote, ela teria enxaqueca por uns três meses e meio.

Lavei a mão, tomei banho e nada dessa porcaria de perfume sair. Estou condenada a ter esse cheiro pavoroso por toda a eternidade. Quando eu morrer, vou tomar o mármore do inferno mais insuportável com o meu odor pior que Avon.



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Impressães

Abro a porta do bureau de impressão da faculdade. Peço uma informação ao rapazinho com cara de funcionário público que mora lá dentro:

- Oi! Para imprimir um documento é aqui?

No Laboratório de Informática, não tem impressora. Como preciso imprimir o maldito contrato de prestação de serviços que nego lá inventou e só consigo fazer isso de lá, porque não tenho a bosta do programa de visualização que eles usam, tive que ir até a porcaria do bureau.

O habitante informático então me olha com uma cara de que estava achando que eu ia roubar todo o dinheiro dele e diz:

- Depende do que você quer imprimir.

Ah, são orações de Santo Expedito. Prometi que ia distribuir orações dele se ele me atendesse um pedido. Como ele atendeu, agora tenho que cumprir a promessa e não quero gastar mandando imprimir em uma editora. Então vou imprimir tudo aqui na faculdade. Mil de cada, por favor.

Pô. Eu lá tenho cara de sem noção pro rei das impressoras achar que eu ia perturbá-lo para imprimir uma coisa que não fosse pertinente? Logo eu, que sou a última pessoa lúcida desse mundo!



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Da série: "piadas amarelas no elevador"

Mulher: - Você não faz aniversário por agora?

Homem: - Não, eu faço em março... 22 de março.

Mulher: - Vinte e dois, hein? Que bom! Já pensou se fosse 24???

Eu não agüento isso!



Comments: sábado, agosto 28, 2004

Paviozinho

Eu dou apelidos para todos, mas, se eu mesma tivesse um apelido, certamente, seria Paviozinho. Sou pavio curto mesmo. Tudo me estressa. Tenho mania de perseguição e acho que todo mundo está me olhando e me criticando o tempo. E fico irritada com (muita) facilidade. Sei que não sou uma pessoa nada fácil, apesar de limpinha.

Pentel e Papai Joselito me chamavam assim e cantavam pra mim uma musiquinha quando eu era criança (na verdade, até hoje cantam), em ritmo de Atirei o pau no gato:

“Paviozinho paviozinhonho, tão curtinhonho, bonitinhonho, paviozinhonho, tão curtinhonho, explode rápido, explode rápido e faz assim: bum!”

Eles cantavam isso nas horas em que eu estava mais irritada e eu ficava com mais raiva ainda. Aí, eu me transformei nisso que sou hoje, um ser anti-social, raivoso e que joga coisas mortas nos outros.



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Sexta

***

Ahhh, maluco.



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Pesadelando

Dia desses eu pesadelei que estava na Praça Saens Peña fazendo alguma coisa e, quando saí do lugar onde eu me encontrava, minha mãe apareceu, como que para me buscar. Estranhei e perguntei:

- Ué, mãe, o que você está fazendo aqui?

E ela disse:

- Fernanda, não olha pros lados, olha só para a frente.

Claro que nessa hora foi como se ela tivesse dito “olhe para os lados” e eu olhei. Havia dezenas de corpos pelo chão, de meninos de rua. Por todos os lados. Alguns estavam vivos, mas sem pernas, sem braços, se arrastando pelo chão e suplicando para quem passava: “me ajuda, me ajuda”. Uma coisa assim meio Kill Bill.

Senti um medo incrível e fui caminhando pra casa. Quando já estava longe da tragédia, entrei em crise de pânico e gritava pela minha mãe quando ela saía do meu campo de visão.

Quando cheguei em casa, tinha um filhote de cachorro abandonado lá e minha mãe concordou em ficarmos com ele, talvez por eu ainda estar traumatizada com a cena que tinha acabado de ver. Só que aí, depois de uns dias, o bicho, já mais crescidinho, ficou doente e tombou sangrando, do nada. Meu sonho era um vermelho só. Pior que o time de vôlei da China.

Acho que sonhei isso porque vi Promessas de um Novo Mundo, um documentário que mostra a visão de crianças árabes e judias sobre os conflitos em Israel. Fiquei impressionada. A gente sabe que as crianças aprendem a ser intolerantes desde cedo, mas é complicado ver a realidade assim tão na nossa cara. Acho que meu inconsciente fez um link com os nossos meninos aqui e criou esta alegoria terrível, mas, infelizmente, nada inverossímil.



Comments: quarta-feira, agosto 25, 2004

Viver sem comer pra quê?

Domingo, no Fantástico, passou uma matéria sobre alimentação saudável. Mostrava um cara lá dos EUA que está fazendo uma dieta maluca de só comer verduras e legumes, se não me engano. Sei que o sujeito perdeu vários quilos e o objetivo dele é prolongar a vida. Aí a reportagem seguia mostrando que foi feita uma experiência com ratos para provar que quantidade de comida ingerida está relacionada com o tempo de vida. O ratinho que comeu até se fartar, que, literalmente, comeu até morrer viveu um ano. O outro rato, menos afortunado, foi submetido a uma dieta rigorosa, e viveu dois anos. "O que equivale", dizia o narrador, " a dizer que um ser humano poderia viver o dobro, mais ou menos até uns 120 anos".

Agora eu pergunto... pra quê-lhes eu vou quer viver-lhes 120 anos na merda, comendo frutinhas e vegetaizinhos com gosto de nadinha? Eu prefiro viver 60 comendo pizza quatro queijos, picanha com capa de gordura, doce de leite, torta de queijo...

Vai que um sujeito desses que faz essa dieta é atropelado? Perdeu, prayboy, vai morrer antes de mim.



Comments: terça-feira, agosto 24, 2004

O POST DO PIERCING PODRO

Finalmente aconteceu: meu piercing deu problema. Não sei exatamente há quanto, mas tem muito tempo que a situação dele não estava nada boa. Eu tentei fingir que não via. Tentei me enganar que o meu piercing não, Damião, ia inflamar. Não o meu. Mas fato é que inflamou. Eu sabia disso, assim, lá no lixinho do meu inconsciente. Tentei tacar spray anti-séptico, lavar com sabonete idem, mas a situação já havia chegado ao estágio crônico-degenerativo.

Aí eu quebrei o pé, aquela história que vocês não agüentam mais. E a coisa só piorou. Deixei todo o resto de lado, concentrando-me só no meu infortúnio ortopédico. E a orelha lá, inflamando, adoecendo, morrendo atacada por um bando de parasitas loucos.

Sábado eu arrepiei e resolvi: vou lá na Hélio Tattoo limpar esta merda. Aproveito e troco esta porcaria de jóia, que é linda, eu amo, mas agarra no meu cabelo como o inferno. Fui toda animada, decidida. Pícara sonhadora. Mal sabia eu que estava caminhando pra sentir uma das PIORES DORES DA MINHA VIDA.

Quando a tiazinha de lá olhou a minha orelha, disse:

- Ihhhhh, mas tá bem inflamado, hein? Você levou alguma pancada? Tá com cara de que levou uma pancada.

Não, moça, ninguém me bate. Disse que tinha sido atropelada por uma bicicleta e que, talvez, pudesse ter batido em algum lugar na queda, mas que achava que não. Nessa hora, ela me disse:

- É, eu também fui atropelada recentemente... por uma Brasília.

E então eu fiquei feliz porque encontrei alguém que passou por uma situação quase tão humilhante quanto a minha.

Escolhida a jóia (só uma bolinha modesta, mas que não agarra no meu cabelo!!! Sensacional), lá fui eu para a sessão de tortura. Achei que a minha orelha fosse cair e quebrar em mil pedaços em decomposição. Ela limpou com uma seringa cheia de água oxigenada, sem agulha. Ela ia espirrando a água oxigenada dentro do furo. A cada esguichada, eu tinha vontade de gritar. Em uma, praticamente gritei mesmo. No final, já estava implorando pra ela parar. Foi punk. Ela disse:

- Sabe machucado quando você põe água oxigenada e faz aquelas bolhinhas? Sua orelha está assim.

Fiquei mais triste ainda, porque a única parte boa de ter uma área inflamada no corpo é ver as bolhinhas. Aquelas bactérias reagindo com a água oxigenada. Lindo! E eu não vendo nada. Tudo muito injusto.

Doeu, mas foi necessário. Algumas horas depois, minha orelha já tinha desinchado, já não estava mais vermelha, era outra! Ah, os milagres da medicina moderna! Lavô, tá novo!

Notem que eu poderia ter morrido de alguma doença causada por uma bactéria mutante de Comodo.

Agora vou passar um mês usando Quadriderm creme e compressa de água oxigenada duas vezes por dia. Depois desse período, é limpar com anti-séptico o resto da vida, sem choro nem vela, pra nunca mais passar por isso.

Mas o meu novo foco de infecção, digo, piercing, está tão lindo! Adoro ele.



Comments: sábado, agosto 21, 2004

Bendito tio

Mamãe Joselita me fez hoje uma revelação que me chocou profundamente. Imagina que eu ia me chamar KALINE. Era o único nome que ela tinha pensado pro caso de ser uma menina. Se fosse menino, seria Fernando, como meu tio que mora em Portugal. Quando eu nasci, ela olhou pra minha cara e, não sei se por pena, ou porque eu joguei uma baba morta nela, ela mudou de idéia e resolveu me chamar de Fernanda.

Só vi titio Fernando uma vez na vida, mas agora ele é o tio que eu mais amo. Tenho que agradecer a ele pelo resto dos meus dias.



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Progressos

Saindo pra almoçar com Papai e Mamãe Joselita, ia pensando, feliz, que meu pé hoje está doendo bem menos, porque a temperatura, aleluia!, aumentou. Ia animada porque estava mancando pouco, quando Papai diz:

- Anda direito, Fernanda!

Lembrei imediatamente de um filme meloso que vi quando era pequena. A mulher sofria um acidente e perdia os movimentos dos braços e das pernas, se ferrava toda, a pobre. Aí, ela fazia um tempão tratamento, fisioterapia e tals. O namorado dela estava longe não sei por que razão (dêem um desconto na narrativa, vi esse filme há mais de 15 anos) e ela escrevia umas cartas pra ele dizendo que estava fazendo alguns progressos. Quando ele chegou para visitá-la, a moça, toda animada, foi mostrar que conseguia levar uma batata frita à boca.

E o namorado Joselito disse:

- Só isso? Você me contou tão empolgada que eu pensei que você já estivesse andando.

Igualzinho ao meu pai.



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Chamada batalha naval

O professor de Constitucional, aquele que até tenta, mas não consegue me tirar do modo screen saver durante a aula, outro dia disse que estava com a voz ruim e ia fazer uma chamada Batalha Naval.

Acordei do sono. Chamada Batalha Naval? Que diabo é isso?

- É assim, ó: se eu pular o seu nome, tudo bem, você ganhou presença estando ou não aqui. Se eu chamar, você tem que responder. Prontos?

Prontos!

Professor: - Alessandra.

Aluna: - Presente.

Professor decepcionado: - Água...

Professor: - Bruno

Aluno: - Presente.

Professor: - Droga, água de novo.

Professor: - Carlos

Silêncio.

Professor: - Carlos?

Mais silêncio.

Professor triunfante: - HA HA HA ... Afundei um submarino!

Adorei! Fiquei até o fim acompanhando o jogo. Já estava até torcendo pro cara afundar mais algumas embarcações.

Como eu sou uma pessoa que é atropelada por bicicletas, tenho muita sorte: ele chamou o meu nome. Ao menos, eu estava lá. Água.



Comments: quinta-feira, agosto 19, 2004

A manga do mal

Nem toda freira do hospital onde eu faço fisioterapia é boazinha. Em um dia longínquo patrasmente da minha vida, eu e Pentel, meninas ainda, quase duas crianças inocentes, voltávamos do hospital. Lá é bonito, tem uma ladeira toda arborizada, bucólica, onde os pássaros cantam e as freiras convivem pacificamente, uma coisa assim muito bonita e verde. Andando por ali, distraídas, de repente cai uma manga de cima de uma árvore quase na cabeça de uma de nós. Ploft! Como ainda não sabíamos da existência do Exterminador, aquele que caça as barangas, não ficamos muito preocupadas com o risco que havíamos acabado de correr. Ao contrário, Pentel ficou feliz, porque A-MA manga, assim como a Magali A-MA melancias.

Automaticamente, Pentel passou a mão na manga e disse:

- Oba, uma manga!

E então, nessa hora, surge diretamente do chão, que nem o caveira, uma freira vinda não sei da onde, e arranca a manga da mão da pobre Pentel adolescente:

- LARGAESSAMANGA. ESSAMANGANÃOÉPRAVOCÊ. ÉDASFREIRAS.

Pentel deixou cair a fruta, com medo de ser transformada imediatamente em uma estátua de sal. Uma estátua de sal herege.

Tudo por causa de uma manga. Se ainda fosse um empadão de queijo que tivesse caído do céu. Ou um pacote de Tostitas, sei lá.



Comments: segunda-feira, agosto 16, 2004

Minha primeira night pós-gesso (a pedidos)

Quarta-feira passada foi a comemoração do aniversário de Cacau Acelerada em uma casa de festas em Bostafogo. Apesar de eu ter aula no dia, quem se importa? Rolou um matão por uma causa nobre: minha primeira night depois do pé quebrado.

Sentar em uma mesa, pedir uma batata frita e uma cerveja e jogar conversa fora com os amigos depois de quase dois meses foi um prazer incomensurável. Claro que todo cuidado é pouco. O exterminador de barangas, como sempre, estava lá de prontidão para tentar acabar comigo. Dessa vez, ele veio disfarçado de Mágico de Zoss. Quando Mágico veio falar comigo, todo animadinho por me ver ali quase que nem uma pessoa normal, ele PISOU NO MEU PÉ. Esse pé mesmo. O que quebrou.

Só Mágico para fazer algo assim. Chegou pisando no meu pé podre e atacando o finalzinho da minha batata com uma fome de bufála grávida. Depois acabou se redimindo: pediu outra porção do aperitivo, à qual eu e Ana Pôla nos atracamos vorazmente .

Não tive coragem de dançar dessa vez. Se eu quietinha na mesa pisaram no meu pé, o que não poderia me acontecer na pista de dança? No mínimo, cair um spot de luz na minha cabeça. Ou uma bigorna.



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Viagem pós-gesso

Final de semana com a família feliz Joselita no solar massambabesco. Também foram Toda Fashion e Holandês Voador, não tão felizes porque estavam os dois podros de uma comida estragada que tinham devorado na noite anterior (comeram queijo brie em um restaurante que estava sem luz havia muitas horas...muito bem, flipers) e também as cãs preciosas Samantha e Tutti, lindas, coabitando o mesmo espaço, caminhando e se estranhando e seguindo a canção.

Toda Fashion, ainda sob o efeito de queijo estragado, embaixo de um cobertor (o solar estava meio frio esse fim de semana), ao ouvir a música do Claudinho e Buchecha que Adriana Calcanhoto estava cantando, perguntou:

- Qual deles morreu mesmo?

Eu: - O Claudinho. É sempre o primeiro nome que morre. Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, Claudinho e Buchecha...

Toda: - Ah... eu gostava deles. Agora o Buchecha não faz mais nada?

Eu: - Faz... ele ainda canta.

Toda: - Mas a dupla acabou, né?

...

Depois ela mesma se tocou da bobagem que tinha dito, mas perdeu, prayboy, sair com dono de blog dá nisso. TUDO vai parar no blog.

+++

Toda Fashion estava tão mal que Pentel catou um termômetro pra ver se ela estava com febre. Ela colocou o termômetro na boca. Como a Família Joselita põe o termômetro debaixo do braço e repara em tudo, nos manifestamos logo:

- Ih, ela põe o termômetro da boca.

- É, na boca também serve.

- Tem gente que coloca em outros lugares...

Silêncio sepulcral. Alguém se lembra de dizer:

- Mas não esse! Esse termômetro não foi colocado nesses “outros lugares”.

Ah, bom.

+++

Pentel, aliás, dando vazão à sanha gastronômica que os hormônios estão proporcionando a ela, atacou uma caixa de bombons que dava mole em cima da mesa. Prudentemente, cheguei um pouco pro lado quando ela disse:

- Sai, eu tenho prioridade.

Tá certo. Ela analisou a caixa:

- Hum... deixa ver. Shot! Eu gosto de Shot e só tem um. É meu.

Certo again. Dali a uns minutos, dou uma olhada na caixa de bombom e vejo o Shot lá, aberto. Ela comeu MEIO SHOT. Que tipo de pessoa come meio bombom? A mesma que come meio chuvisco. E ainda dizem que é minha irmã. Nessa hora né não! Eu como, no mínimo, meia caixa de bombom. E meio pote de chuvisco.

+++

Papai Joselito, mais Joselito do que nunca, colocou um daqueles trocinhos de água pros beija-flores (se alguém sabe qual é o plural correto de beija-flor, me corrija. Não estou a fim de acordar Bruno e Marrone a essa hora pra eles me dizerem). Como até os pássaros que nos rodeiam são bizarros, um deles resolveu que a água era só dele e dava um sacode em todos os outros passarinhos que se aproximavam. Papai, revoltado, disse:

- Que absurdo! Se eu tivesse aqui uma coisa qualquer, matava ele.

Coisa qualquer? O quê, uma arma? Um estilingue? Tentei explicar pra ele que isso não era motivo pra matar o pobre, mas no dia seguinte ele ainda perseguia o passarinho com uma vara de bambu.

Até eu sair de lá, o bicho ainda estava vivo. Amanhã, eu não garanto.



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Lixo televisivo novo

Casa dos Artistas Protagonistas de Novela. Pessoas (muito) estranhas + Sílvio Santos + pipoca: domingo feliz.

Quanto à final do Fama, não escrevi nada porque gostei do resultado. Pronto, falei. O João Sabiá é um tchutchuco, mas acho que ele não foi bem nas últimas apresentações. E também ele tem uma namorada loira aguada que sorri amarelo que nem o cabelo dela. Perdeu meu respeito. Um sujeito tão cool tinha que estar pelo menos com uma mulher à altura (como eu, por exemplo) e não com aquela coisica de nada.



Comments: quinta-feira, agosto 12, 2004

Perguntas que não querem FALAR

Por que demônios as pessoas transformam TUDO em apresentações de powerpoint e enviam pela internet? Será que o Joselito que faz isso, quando acaba, pensa: “ahh, que bonitos slides fiz, agora vou mandar para meus 395 contatos e todos vão admirar esse dom maravilhoso que tenho de transformar textos em slides com cachorrinhos/frutinhas/cachoeiras/bebês fofos!”?

O cara que faz isso não entende que é, na verdade, um MÃO-PODRE?



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Meda

Ultimamente ando com medo de tudo. Hoje fiquei desnorteada porque, quando eu estava indo almoçar, tinha umas adolescentes brigando. Fiquei sem saber pra onde ir, com medo de uma delas correr pra cima de mim e me derrubar. E olha que elas estavam do outro lado da rua. Mas o pior mesmo foi na volta. De repente, parei, estática, com medo das rodas de um carrinho passarem em cima do meu pé.

Era um carrinho de carregar mochila. Puxado por uma menininha de uns 8 anos. Mas ela estava desgovernada, juro.



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Baby boom

As pessoas estão acasalando e se reproduzindo. Minhas duas melhores amigas estão grávidas. Como se não bastasse, ontem, recebi uma carta (é, cabeçada, CARTA mesmo, que nem antigamente. Veio pelo cor-rei-o. Quase chorei) de uma amiga minha de infância com quem eu não falo há um tempão. No envelope, duas fotos da filhinha dela. De seis meses! Fiquei emocionada.

Só eu não deixarei descendência. Quando eu morrer, nenhum neto vai escrever a minha biografia. Ninguém vai herdar a minha loja de geléias. Ninguém vai cuidar do meu porquinho no quintal.



Comments: terça-feira, agosto 10, 2004

Doente do pé

Mágico de Zoss telefona para a minha sala. Eu atendo. Ele pergunta, amavalmente, como eu estou, se já melhorei, enfim, aquelas palavras amigas que eu me acostumei a ouvir nesses dois dias de trabalho. Pessoas gentis sendo gentis comigo, alguém que, definitivamente, não merece. Então, Mágico faz alguma brincadeira envolvendo meus neurônios, algo como “você machucou o pé, mas a cabeça está boa”. Eu respondo:

- Bom, a cabeça nunca foi lá muito boa, mas acho que o tombo não a piorou.

E ele:

- Tombo? Houve um tombo?

- É, a bicicleta me derrubou.

Mágico, espantadíssimo:

- Ué, mas não foi uma moto que passou em cima do seu pé?

Moto? Pé? Quem sou eu, onde estou? É bonito aqui?

- Não, Mágico. Foi uma bicicleta... e ela me atropelou.

- Ahhhhhhhh...

Ah...

- Ah, mas não deve ter sido assim tão ruim ficar 15 dias em casa, né?

- Foram 45 dias, Mágico.

Vejam vocês como as pessoas prestam atenção nas coisas. É capaz de quando Suave Veneno voltar da licença-maternidade perguntarem se ela foi fazer uma lipo, porque andava barriguda uns meses atrás.



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FaculCoisas

Professor novo é que nem filme: cinco minutos com ele e você já sabe se vai gostar ou não. O sujeito de Direito Constitucional I até que tentou dar uma aula animada, mas cinco minutos depois ele já tinha o rótulo: “boa gente, mas não funciona”. Alguns homens são assim.

Difícil mesmo foi entrar na sala, no primeiro dia de aula, e perceber que várias malas iam entrando, entrando, tomando seus assentos... uma a uma, como num filme de terror horrendo. Eu tinha escolhido, sem querer, fazer aquela matéria na turma amaldiaçoada dos malas. Que triste é ser uma pessoa sem amigos que não escolhe as turmas em que vai entrar. Vou na sorte. Ou no azar. Pelo menos, as coisas chatas ficaram concentradas no primeiro tempo.

E tem o chato perguntador. O chato foi uma das malas que entraram na sala. E ele ainda foi cruel: entrou, olhou, voltou para a porta para conferir o número da sala. E nessa hora eu pensei: “você se enganou, você não vai assistir aula nessa sala, o chato perguntador não pode ficar mesma turma que eu, naaaao....”. Mas ele acabou entrando e ficando. O chato perguntador me lembra um post recente do Andreh que falava de uma garota que tinha na sala dele que fazia tantas perguntas que um dia eles e os amigos contaram e deu umas cento e poucas por aula. O chato é mais modesto, mas interveio sete vezes (eu contei, descobri que é um ótimo remédio contra a raiva visceral que dá em ouvi-lo se manifestar a toda hora) e, quando o professor perguntou se alguém tinha alguma dúvida, quem era o único que tinha? Quem, quem? Ele, o chato perguntador.

Será um longo período. E ainda nem sei o que me espera nas aulas de quarta.




Comments: domingo, agosto 08, 2004

Dívida

Devo a vocês um post sobre a retirada do gesso e a fila do INSS. Bom, estou sem nenhuma inspiração. Aliás, isso vem me ocorrendo muito ultimamente. Agora, voltando a trabalhar e a estudar, é bem provável que coisas bizarras me aconteçam com mais freqüência e animem a minha modorrenta vida.

De qualquer forma, aí vai: adeus, gesso, adeus, muletas. Sinto-me uma pessoa normal de novo, uma pessoa que anda nas ruas sozinha, vai fazer as unhas, pega a sua própria Coca-Cola na geladeira e bombons no armário.

Quanto à fila do INSS... bom, pensei que fosse ser das piores experiências da minha vida, mas não foi. Papai Joselito foi comigo e gastamos as duas horas de espera falando mal dos funcionários públicos típicos que passavam (cada figura, com cada cabelo e cada roupitcha... um primor) e prestando atenção nas mazelas dos outros. A história daquela gente que espera ali daria vários livros.

Agora, já sou uma pessoa que trabalha, manca e faz fisioterapia. A fisioterapia é um negócio legal. Você deita lá e fica pensando na vida, enquanto alguém põe um negócio quentinho no seu pé, depois um negócio frio. Depois você mexe um pouco a pata pra lá e pra cá e vai embora. Ah, e esse alguém é uma freira boazinha que me faz pensar que se aquela história da loja de geléias não rolar, eu ainda posso entrar pra um convento. Se me tacarem água benta e eu não fritar, tô dentro.



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Homem é tudo sem loção

Estava eu andando pela rua perto do trabalho, ni qui um sujeito manda:

- Ih... machucou o pezinho!

Cara... e se eu fosse manca mesmo? O sujeito não sabe o que aconteceu comigo e fala uma coisa dessas! Deu vontade de virar pra trás e dizer:

- É a perna de pau que me faz andar assim.

Mas depois achei melhor não. É provável que ele fizesse alguma piada ainda pior.



Comments: sexta-feira, agosto 06, 2004

Ela quer me arrasar

Telefono para Pentel para avisar que já cheguei em casa, porque peguei um táxi e ela ficou preocupada. Quando ela atende, conta, toda animada:

- Ih, estava falando de você agora para o Sem Loção.

- É? Falando o quê?

- Que você está mancando que nem aquelas pessoas que já nasceram tortas. Ha ha ha

Ha. As pessoas devem me olhar e pensar: "Tadinha, tão bonitinha e manca". Eu não merecia isso.



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Sabedoria Seu Madruga

"Não há nenhum trabalho ruim. O ruim é ter que trabalhar."

É, cabeçada. Nessa sexta-feira feliz, voltarei contente e mancante a trabalhar. Estou tão animada.

O post da retirada do gesso e da fila do INSS fica pra amanhã.



Comments: terça-feira, agosto 03, 2004

Mutcho loca

Segundo Pentel, eu estou enlouquecendo. Ela disse outro dia pra mim por telefone:

- Pentelzinha ... – falou ela, suavemente - você está pirando, é isso. Há quanto tempo você está em casa? Trinta dias?

- Não, Pentel. Já faz quarenta dias.

- Quarenta dias??? Cagalho! Então, Pentel, está confirmado: você está enlouquecendo – ela disse, como se isso fosse a coisa mais reconfortante. Ahh, bom, estou enlouquecendo. É só isso. Graças ao bom Deus protetor dos Joselitos! Já pensou se fosse algo pior?

Ela disse isso porque eu liguei pra ela de lá do fundo do poço (ainda bem que o telefone pegou lá), chorando copiosamente, porque nunca mais eu teria uma vida normal, que nunca mais poderia sair pra dançar, que teria que andar me desviando dos sem loção que certamente vão querer pisar no meu pé. Fora ter que passar a vida tomando cuidado redobrado com os exterminadores de baranga que andam por aí disfarçados de bicicleta, carros, ônibus, carrinhos de pipoca etc. Um já me pegou, mas não conseguiu me matar, só me tirar de circulação por... 45 dias, no total.

O pior de tudo é que Pentel, mesmo com essa conversa bizarra de “você tá maluca, é isso”, conseguiu me içar pra fora do poço. E eu nem emagreci nada.



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Da série “Coisas que irritam a Fernanda”

Simone. Já ouviram ela cantando na novela das 8? "É feeeesta, é feeesta, é feeeesta"... ah, dá um tempo. Vai arrumar uns castiçais de prata pra limpar.



Comments: domingo, agosto 01, 2004

Momento abestada

Hipnotizada pelo jogo modorrento de Vasco e Juventude, ouço, completamente distraída, o narrador anunciar:

- Daqui a pouco, no Domingão do Faustão, você curte o som do Afrorregae e Diana Carolina.

Hein? Diana Carolina? Gastei uns bons minutos forçando Bruno e Marrone, meus dois neurônios que vivem dormindo na praça, para descobrir quem seria essa cantora nova. Diana Carolina... Diana Carolina... até que realizei que quem iria ao Domingão do Chatão era a Ana Carolina. O cara disse “o som do Afrorreague e de Ana Carolina”.

Santa pronúncia que confunde a cabeça da gente, Batman! Isso é pra eu aprender que não vale mais muito a pena ficar vendo o jogo do Vasco. Se bem que poderia ser pior. Meu time poderia estar lá na lanterna. Jogando pra fugir do rebaixamento.



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